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O garoto acordou depois de muito tempo. A princípio se perguntou por que estava deitado debaixo de uma árvore, por que seus olhos pareciam inchados - comprovou isso ao ver seu rosto em uma poça de água próxima - e por que sua cabeça estava doendo tanto, mas então lembrou-se da discussão com Brisa, e sentiu a dor de cabeça aumentar. O pior, tinha que aguentar tudo aquilo, pois o navio tinha explodido e nada podia ser feito.
Percebeu que tinha dormido um tempo considerável quando viu que já era de noite, e resolveu voltar para a praia. Lhe parecia a melhor opção, dado que provavelmente todos os humanos estavam lá e seria bom juntar-se a eles, apenas para não ficar sozinho, por mais que não conhecesse todos eles. Nina não estava em lugar nenhum, e era a primeira vez em que o garoto não queria a companhia da irmã, a primeira vez em que estava contente de estar sozinho.
Pegou a mochila e começou a andar de volta para a praia, o que era uma considerável distância. Chegando lá, percebeu que ainda estava cheirando a queimado. Não viu Brisa em lugar nenhum - esperava ao menos ver seu rosto, por mais que ela agora provavelmente o odiasse. Bem, mesmo depois do sono, ele ainda sabia que não era o culpado. Mas teria sido bom ver ao menos um rosto amigo.
Ainda estava meio tonto, então resolveu sentar-se embaixo de uma árvore próxima novamente. Demorou a notar que não era o único ali - tinha um garoto usando fones de ouvido. Lenn sabia que era ruim falar com pessoas usando fones de ouvido, uma vez que estas podiam se estressar, mas sentia-se com vontade de conversar com quem quer que fosse excetuando Sabrina.
- Hey.- Chamou calmamente, sacudindo de leve o ombro do outro garoto, que parecia meio desligado. A princípio achou que era parecido com ele, apenas para depois chegar a conclusão de que não tinham nada a ver um com o outro. - Sabe o que aconteceu nas últimas... Duas horas? Estive dormindo.- Perguntou, meio desconcertado. O tempo que se passara era relativo, ele não tinha como saber ao certo.
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Bingo! Moge-ko tinha então compreendido quem era a pessoa que falava tantas coisas bobas para Mikayla. Coitadinha. Sentiu um pouco de pena, mas lembrou-se então de Mayu. Confiavam uma na outra e acreditavam no que falavam entre si - pelo menos até o presente dia, quando a Lolita traíra o próprio sangue psicótico em prol de um garoto! Não que a loira não esperasse isso da gêmea, mas ao menos que avisasse, pensou Moge-ko. Mas, é claro que Mayu não chegava a ser tão tola. Podia crer em horóscopo e finais felizes, mas sabia que jamais iria se casar com um ser imaginário, como um tritão, um unicórnio ou uma zebra. E também sabia que horóscopo dava certo às vezes, pois uma vez Mayu viu nas cartas que Moge-ko ia fazer alguma coisa especial e boa para sua vida - isso fora seis meses antes das duas assassinarem os próprios pais.
- Ah, claro. Você quer deixar seu irmão feliz, moge! Eu tenho uma irmã, também!- Comentou, sem saber se já tinha mencionado que a pessoa que Mikayla antes estava ajudando a procurar, a Lolita, era a gêmea de Moge-ko. - Mas ela está viva! E não acredita nessas coisas, porque elas não existem!- Falava como se aquilo encerrasse a questão, e depois assentiu com a cabeça. - É, é, abrigo, claro.
Última modificação feita por Enchantrelle (14-11-2015, às 20h45)