Link da imagem externa
Capítulos
Capítulo 1 (continuação) [O que está havendo?]
Spoiler (Clique para visualizar)
(...) muito bem escon... O que significa isso? Eu deixei esta porta muito bem fechada! Porque ela está aberta? Quem foi o incompetente? Vamos Brooke, responda-Disse Veruzka, que pelo tom de voz parecia pronta para uma guerra.
-Eu não sei Veruzka, talvez você tenha pensado que fechou... Ou alguma criada veio para limpar e deixou a porta aberta. Não compreendo o motivo de tanto estresse... -Disse Brooke fazendo uma massagem breve nos ombros de Veruzka, que logo lançou a ele um olhar de serpente, que o fez se afastar.
-Ahh não entende o motivo de meu estresse? Você sabe oque poderia acontecer se certas pessoas viessem aqui! Tudo estará perdido, todos esses anos de esforço não valerão de nada! Espere um momento... - Disse Veruzka, andando pelo escritório como uma onça em busca de seu alimento. Eu estava escondida dentro de um armário bem fundo, que estava com alguns casacos e umas papeladas. Mas via tudo o que acontecia por um buraco, que provavelmente fora uma fechadura.
-Por que a gaveta de trancas, não está... Digamos... TRANCADA?- Disse Veruzka descontrolada... - O que demorei anos para conquistar ela pode destruir em um piscar de olhos!
-Querida, você não está exagerando?- Disse Brooke em um tom um tanto meloso ao ver o estado em que Veruzka se encontrava.
-Acha que sou uma criança, Brooke? Claro que não estou...
-Não disse isso... Quero dizer que ELA é apenas uma criança. Se preocupar e perda de tempo!- Rebateu Brooke. De quem eles estavam falando? Será que era sobre mim? Oque eles escondiam? Logo Veruzka respondeu sem saber minha pergunta inicial.
-Perda de tempo? Ah Brooke como você é ingênuo, ela tem me perguntado sobre este lugar. O porquê de nunca ter vindo aqui antes. E você ainda tem a audácia de dizer que é perda de tempo? - Veruzka parecia indignada. Então tive a certeza de que escondiam algo de mim, só não sabia oque... Mas o desespero tomou conta de todas as dúvidas pendentes na minha mente: Senti Veruzka se aproximar do armário onde estava escondida. Colocou uma das mãos na superfície lateral do armário, deixando que os dedos deslizassem sobre ele.
-Algo está estranho por aqui... Seja o que for, irei descobrir. – Disse indo em direção a porta. –Agora vamos Brooke, antes que nos atrasemos para Gold’s. – Veruzka saiu acompanhada de Brooke, mas antes de seguirem, Veruzka retirou de sua carteira uma chave de bronze gasto, e fechou a porta. Após isso ouvi apenas o barulho da tranca. Veruzka havia trancado a porta. Não sabia se aquilo era bom, afinal teria tempo para decifrar o mapa, mas teria que me preocupar com minha fuga... Novamente fui tomada pelo desespero: E se Veruzka fosse a minha procura? E se não houvesse outra saída dali?
Capítulo 2 [Oque fazer? Oque dizer?]Spoiler (Clique para visualizar)
Obviamente não poderia perder tempo pensando negativamente, principalmente quando estava tão perto de uma resposta. Mas não poderia continuar ali... Veruzka com certeza perceberia minha ausência ou poderia a qualquer momento voltar ao escritório e me pegar em flagra... O que aconteceria comigo? Pelo tempo de convivência com minha tia eu tinha certeza que minha punição seria terrível. O melhor no momento era tentar fugir daquele lugar. Comecei a percorrer com os olhos todo o espaço ao meu redor e constatei que não havia outra saída. E pela terceira vez naquele dia o desespero tomou conta... Mas o controlei, em vez de começar a me perguntar milhões de coisas resolvi explorar o local. Fui em direção a um quadro bem velho e estranho. E quando toquei em tal quadro tive uma surpresa: ele deslizou para o lado deixando evidente um botão. Parecia que o quadro servia de sensor. Como não havia outra opção apertei-o e bem em minha frente surgiu uma escada! Não hesitei, com cuidado subi. Os degraus eram velhos empoeirados, pareciam não ser usados há anos... A escada deu direto no escritório de Veruzka, um local muito comum e luxuoso. Afinal sempre era “convocada” a ir até lá conversar com minha tia. Por sorte não havia ninguém no local. Logo saí do escritório e fui para meu quarto… Não se passaram se quer um minuto e Beth minha melhor amiga entrou e se sentou na cadeira do piano.
-Lotie onde você estava a manhã inteira? Eu vim te chamar para dar uma voltinha de cavalo, mas você não estava aqui... - Disse Beth.
-Nossa Bethany, você não sabe o que aconteceu hoje!- Assim que terminei a frase Beth olhou fixamente pra mim, afinal só chamava a ela pelo nome quando era sério.
-O quê você fez? Disse umas verdades pra tia Veroz? Colocou sabão no piso pra ela escorregar e cair de cara no chão?- Beth detestava minha tia tanto quanto eu, a chamava de Veroz somente entre mim e o irmão Bernard.
-Claro que não Beth, eu não fiz atentados contra minha querida “titia”- Disse sorrindo- Na verdade descobri algo muito estranho...
-Vamos Lotie pare de fazer mistério! Conte-me logo, já estou começando a ficar preocupada!- Beth franziu o cenho, raramente fazia isso.
-Calma Beth, eu fui ao “escritório proibido” e achei em uma gaveta um oráculo [...]- Então contei toda história para Beth que ficou paralisada.
-Oh my God! OMG! OMG!(oh meu Deus) Lotie não acredito que fez tudo isso! Você pretende voltar até lá?- Disse Beth tentando se recuperar do choque
-Ah Beth, eu não sei... Eu descobri outra saída, mas não uma nova entrada. E até onde eu sei só Veruzka tem a chave.
-Deve ter uma chave reserva do escritório dela. E você também pode entrar por onde saiu não é?
-É verdade... Deve ter na parede um quadro sensor como aquele. Se bem que as criadas poderiam descobrir ao limpar o quadro.
-Você me disse que o quadro revelou um botão, certo?- Balancei a cabeça positivamente- Então se o quadro tinha um sensor pra isso, o do escritório da Veroz deve ser mais simples. Como só levantar o quadro.
-É mesmo! Eu não tinha pensado nisso... Agora acho melhor esquecermos essa história do escritório, de quadro e blá blá... Conte-me o que fez durante a manhã!
-Como não te encontrei chamei Bernard, mas Asia já tinha o convidado para um cinema, na casa dela... Dá pra acreditar? Cinema logo cedo... -Beth como eu não gostava muito de Asia.
-Asia tem sérios problemas... Não acredito que ela ainda nutre esse amor por Bernard.- Era incrível como Asia não o deixava em paz.
-E o pior, ele nem desconfia acha que ela só quer um amigo... Isso me irrita.
-Ahh Beth, seu irmão é não é bobo só prefere ver o lado bom das pessoas.
-Falando em lado bom, sabia que Harold me convidou para irmos até uma festa?
-Não fazia idéia... E você aceitou?- Fiquei torcendo por uma resposta negativa, nunca confiei em Harold.
-Não exatamente, disse que talvez. Não queria parecer muito fácil...
-Que bom Beth! Mas... Asia também vai?
-Não sei... Mas provavelmente sim.
-Então terá Lenara no meio! Já sabe no que dará isso não é?- Lenara era braço direito de Asia... E também gostava de Harold.
-Sei... Mas não darei a ela o gostinho de ficar com ele. - Beth deu um sorriso, parecia decidida.
-Tudo bem, me conte tudo depois ok?
-Claro que sim!- Beth mandou beijo e saiu.
Estava realmente muito preocupada com Beth, mas também estava preocupada com minha recente aventura. Novamente meus pensamentos foram interrompidos. Veuzka entrou no quarto sem mesmo bater.
-Onde a senhorita estava? Está pensando que mora sozinha aqui? Vamos responda, estou esperando!- Meu coração parecia que iria sair pela boca, disparou em uma velocidade incrível.
-Bem, eu estava... Comecei a falar, mas Veruzka me interrompeu.
- Na sala? Na cobertura? Na varanda? No sótão? Na biblioteca? No Jardim? Na cozinha? Acho que não minha querida. Ninguém a viu por lugar algum dessa casa... E fora dela também. Você não saiu da mansão e não estava em nenhum cômodo! Então onde você estava?- Veruzka falava em um tom grave, alto e medonho. O que iria dizer? Não fazia a mínima idéia. Os olhos de minha tia pareciam estar em chamas, oque me deixava ainda mais nervosa... E sem poder ao menos pensar em uma desculpa.
Capítulo 3 [Salva]Spoiler (Clique para visualizar)
Mais uma vez a sorte estava do meu lado, senti alguém se aproximar da porta. Sim eu senti, meus sentidos são muito bem aguçados. Pela batida leve e graciosa na porta logo reconheci: Era Merlyne!
-Com licença, lamento interromper a conversa de vocês, mas é possível ouvir os gritos da escadaria. -Disse Merly pausadamente com uma voz de veludo.
-Ah, por favor, Merlyne vá procurar algo mais útil para fazer a ficar se metendo em assuntos de família. –Disse Veruzka entediada.
-Assuntos de família? Ah... Você mente muito mal Veruzka, qualquer pessoa saberia que você estava gritando com Lotie e não conversando...
-E o que você tem com isso? Cuide de seus filhos que de Lotie eu me entendo. -Veruzka estava irritada, pois suas bochechas coraram levemente.
-Meus filhos estão muito bem criados e a propósito você não é mãe dela e nem se porta como tal.
-Quem a cria sou eu correto? Então meça suas palavras.
-Continuamos essa discussão depois está bem? Tenho coisas mais importantes a fazer. –Então Merly de dirigiu a mim. –Querida, você pode vir comigo?- Aquilo parecia à fuga perfeita.
-Como assim? Chega aqui e leva a pirralha sem dizer nada? Enquanto os pais de Lotie estiverem fora eu sou a responsável por ela, o resto não preciso dizer correto?- Eu estava prestes a dizer poucas e boas a Veruzka, mas ao perceber Merlyne se antecipou.
-Pirralha? Olha como você chama a sua sobrinha... Isso é deprimente. Lotie não é criança pode tomar suas decisões a começar sobre onde ir e com quem. Agora vamos Lotie?- Ela esticou a mão e eu a agarrei com medo de que ela fugisse de mim...
-Francamente... – Disse Veruzka. Merly e eu saímos e caminhamos até um lindo jardim. Em seguida nos sentamos em um banco que possibilitava a visão perfeita de uma linda fonte.
-Como você está Lotie?- Disse Merly.
-Não muito bem... Beth te contou?
-Desde o início... Foi muito arriscado, é melhor você esquecer isso tudo.
-É difícil, quando penso que escondem algo de mim...
-Entendo minha querida. Mas é melhor dar um tempo certo?- Concordei balançando a cabeça. –Mudando de assunto, você vai à festa com Bethany?
-Não estou com cabeça pra isso, sabe...
-Mais um motivo para ir! Você precisa se distrair e se divertir um pouco. Será bom para você!
-Ahh Merly não sei...
-Então vá por mim, te fará muito bem! Ou você quer ficar como Veruzka uma pessoa amarga...
-Nunca! Daqui a pouco vou me arrumar. - Disse com os olhos arregalados e sorrindo. De repente Bethany se aproximou. Estava com um vestido tomara que caia lilás com babados na base, um casaco roxo com sapato combinando e uma bolsa lilás.
-Charlotie Di’bemon! Como você ainda está vestida assim?- Disse Bethany.
-Espere como você sabe?
-Honey você acha que eu ia deixar você nessa deprê? NEVER!- Beth as vezes misturava os idiomas com inglês por sua origem.
-Como não desconfiei...
-Ahh Lotie... Você vai se arrumar lá em casa. Tenho certeza que se você voltar Veroz não te deixa sair mais.
-É arriscado meninas, ela pode se preocupar... Eu ligo e aviso é melhor!- Disse Merly.
-Awwnt tanks mamis!
-Obrigada Merly!!- Eu e Beth fomos para casa. Beth também morava em uma mansão enorme. Chegamos ao quarto dela e então fui me arrumar. Ela havia preparado um vestido azul bebê com um casaco rosa pink por causa do frio. Sapatilhas com um laçinho em cima e uma bolsinha de mão. Beth arrumou meu cabelo com uma trança lateral e final com cachos. A franja estava perfeitamente arrumada. O celular de Beth começou a tocar, era Harold.
-Ele está nos esperando na entrada da festa.- Disse Beth.
-Ok, temos que ir não é?- Beth concordou e fomos de carro até a tal festa, o motorista abriu a porta e saímos. A entrada era incrivelmente luxuosa. Ao nos aproximarmos Harold pareceu surpreso a me ver e olhou-me de cima a baixo. Asia estava mais a frente conversando com umas patricinhas do alto escalão.
-Olá Beth!- Harold deu um beijo na bochecha dela, que corou rapidamente.
-Oi Harold- Disse Beth sorridente.
-Ah olhem quem veio! Oi Charlotie... – Ele se aproximou, mas estiquei a mão para um aperto.
-Olá Harold, como vai? –Disse tentando parecer simpática e sarcástica ao mesmo tempo.
-Estou ótimo!
-Vamos?- Então deixou que nós passássemos em sua frente.
-Você viu Lotie? Acho que ele gosta de mim...
-Vi sim Beth! Fico muuuito feliz por você estar assim sorridente! Aproximamos-nos do balcão e pedimos refrigerantes.
-Beth trouxe esse cupcake pra você!- Disse Harold. -Desculpe Lotie, era o último.
-Sem problemas não estava com fome!- Parecia que era para me provocar.
Lenara se aproximou, e disse para Beth, mesmo cochichando de maneira que consegui ouvir: “fique longe dele”. Beth ignorou. Mas eu logo senti que algo ruim iria acontecer quando Harold chamou Bethany para uma mesa reservada. Lenara a olhava como Veruzka me olhou quando me perguntava onde estava mais cedo.
Capítulo 4 [A festa]Spoiler (Clique para visualizar)
Obs: No final do capítulo há um Glossário (dicionário) para palavras consideradas um pouco diferentes. Todas as palavras em itálico, tem seu siginificado no glossário!
Mas um olhar não era motivo para chegar e dizer “Beth, Lenara vai fazer algo mal para você” e estragar seu momento com Harold. Então resolvi quebrar o clima visual pesado de Lenara.
-Olá Leni, você está muito linda!- Disse.
-Ah, muito obrigada Charlotie... Você até que está bonitinha- As vezes eu pensava que Lenara me tratava mal para não perder a amizade de Asia, afinal se não fosse por ela, Lenara seria uma garota qualquer... Uma nerd.
-Você acha?- Disse, sorrindo.
-Um pouco! Bem, parece que sobramos! Isso é um ultraje... - Disse Lenara olhando para Beth e Harold juntos. Ela sempre teve a arte do exagero.
-Eu não acho! Podemos nos divertir sozinhas... Ou somos dependentes?- Disse tentando animá-la.
-É verdade! Não dependemos de garotos! Vamos pra pista?- Parecia outra Lenara conversando comigo, legal, simpática e divertida. Não a irônica, entojada, talvez porque Asia estava longe.
-Vamos sim! Essa música é a minha preferida!- Estava tocando Everything About You, Lenara me puxou pelo braço até a pista. Dançamos e rimos muito, parecia que estava longe de todo aquele caos da mansão. Mas ao ver Asia de longe Lenara voltou a ser a Lenara de sempre.
-Bom, quero que saiba que só porque conversamos um pouco NADA mudou quero dizer NADA MESMO! E peço que não comente sobre isso com Asia... Deixa baixo falou?- Disse Lenara.
- Ok, fica fria, não vou dizer nada... – Disse.
-E bom mesmo... – Então Lenara foi conversar com Asia e eu fiquei sozinha na pista.
Depois vi Bethany ir ao banheiro, provavelmente retocar a maquiagem. Fui andando até ela, mas no meio do caminho alguém me puxou para um lugar, como um porão. Estava escuro, mas não totalmente. Eu não estava com medo, tão pouco assustada. Então depois que meus olhos se acostumaram com a baixa claridade vi o rosto da pessoa: era Harold.
- Porque me trouxe até aqui?- Disse.
-Ah, querida Lotie... Você sabe que gosto muito de você... Muito mesmo!- Disse Harold segurando minhas mãos delicadamente.
-Fico lisonjeada, mas você sabe... –Disse tentando não ser grosseira e provocar uma confusão.
-Sei, sua amiguinha Bethany é apaixonada por mim e por isso não poderíamos ter nada futuramente...
-Exato. Futuramente e tão pouco como atualmente. Disso já conversamos muito, então porque estamos aqui?
-Simplesmente porque queria que você avisasse sua amiguinha, afinal se ela começar a achar que eu gosto dela, isso pode terminar mal...
-Mas, você não gosta dela?
-Gosto, mas como uma amiga sabe... –Aquilo não soava bem em Harold, parecia que todos tiraram o dia para ironizar comigo!
-Sim, então porque ao invés de ficar me atormentando para falar com ela você mesmo não esclarece tudo?
-Porque isso a faria sofrer mais... -Fingir que acreditava foi difícil, mas tive que tentar.
-Está bem, eu converso com ela... Mas não garanto que ela me ouvirá.
-Muito obrigada... Você é muito doce e bondosa, Lotie - Antes de terminar a frase Harold se aproximou de mim e sussurrou - É por isso que eu a amo!- Depois me deu um beijo na testa e disse:
-Vamos, antes que a festa acabe!
-Melhor não saímos juntos... Vai que Beth ache que há algo entre nós, coisa que não existe.
-Não existe? Veremos... –Disse e saiu em minha frente. Eu saí pouco tempo depois, tudo aquilo foi mega estranho. Eu estava em uma situação terrível, o amor da vida de minha amiga a todo momento a iludindo e depois se declarando pra mim... Jamais colocaria em risco minha amizade com Bethany, mas também não queria magoar Harold. Afinal, conhecendo-o sei que não sofreria e sim se vingaria. Coisa que faz aos poucos. Beth estava sentada em uma mesa em frente ao palco onde ocorria o show de uma banda conhecida para animar a festa. Sentei-me ao lado dela.
-Oh my Charlotie! Hoje está sendo incrível não? Conheci muita gente legal e você?
-Sim, está legal. Não conheci ninguém não... Exceto uma garota de salto enorme que tropeçou no próprio pé (risos).
-Ai que chato... Mas o melhor da noite foi a dança com ele. –Disse Beth suspirando.
-Imagino! Foi bom?
-PERFECT... Ele disse que eu estava very beautiful, meus olhos são lindos e mais um monte de elogios!- Senti muita dó de Beth, mas não deixei que ela percebesse.
-Essa noite vai pro seu calendário imagino!- Beth tinha um calendário com datas que ela jamais poderia esquecer. Uma delas é quando nos conhecemos.
-Com toda certeza! E o melhor: nada de Asia...
-É verdade... Quase não a vi... O que é Magic!
Beth e eu conversamos por muito tempo, até que ocorreram as últimas músicas e Harold se aproximou da mesa.
-Acho melhor levá-las para casa, certo? Não é elegante deixar damas saírem por último. –Disse Harold.
-Concordo... Está ficando tarde. - Disse Beth.
-Eu não vou ficar aqui!-Disse. Seguimos até a Lamborghini de Harold. Asia se aproximou e disse:
-Ora ora... Estava bom no porão Lotie?- Como Asia sabia? Olhei para Harold, e Asia mandou-me um olhar desafiador. Bethany olhou para mim tentando entender. E Asia continuou:
-Você e Harold estavam bem à vontade pela demora... – Bethany ficou com os olhos marejados ao ouvir o “Você e Harold”, parecia que seu mundo desabou sobre sua cabeça.
Glossário:
Caos:Estado de absoluta confusão; confusão extrema e irremediável.
Entojada: Diz-se de uma pessoa implicante; enjoada; impertinente; encrenqueira.
Lamborghini: automóveis desportivos de luxo e de alto desempenho
Ultraje:afronta, insulto ou ofensa muito grave.
Capítulo 5 [Resposta]Spoiler (Clique para visualizar)
Diferente de como agi durante o dia inteiro, agora eu tinha uma resposta na ponta da língua.
-Ah sim Asia estava confortável!- Harold parecia não entender o que eu tramava. E Beth estava ainda mais confusa...
-Alguém p-pode me e-explicar d-de que v-vocês estão f-falando?- Disse Beth tentando não chorar. Asia ia começar a falar, mas eu fui mais rápida.
-Claro Beth, eu passei mal e Harold me levou até o porão onde o ar é melhor e não tem tanta poluição visual...- Disse, eu sabia o que dizer a cada segundo.
-É mesmo? Então porque não vieram aqui fora?-Disse Asia tentando “ferrar-me”. Mas Harold entendeu e partiu em minha defesa.
-Oh Asi você até parece burra! Lotie estava quase desmaiando não ia dar tempo... No porão tem uma ótima ventilação sabia. - Ele disse muito convincente!
-Aham sei... - Disse Asia com uma das sombras celhas levantada.
-Acredite se quiser... O que importa é que foi oque aconteceu!- Disse decidida. –E chega dessa conversinha, vamos embora está ficando beem tarde não?- Beth parecia aliviada e seu brilho voltou!
-Vamos sim!-Disse ela.
-Meninas... – Disse Harold abrindo a porta de trás do carro, e entramos. Já estávamos a caminho de casa, Harold quebrou o silêncio.
-Se divertiram meninas?
-Essa noite foi awesome!- Disse Beth sorrindo.
-Como uma amiga me diria devemos fazer isso EVER!- Disse olhando pra Beth e sorrindo também. Chegamos na frente da casa de Beth, Harold parou o carro e abriu a porta para Beth, que obviamente se derreteu toda!
-Tchau Harry... Boa noite... - Beth o chamava de Harry para se sentir diferente, bobo, mas pra ela fazia sentido.
-Tchau Beth... Boa noite para você também!- Beth ia saindo quando Harold segurou sua mão.
-Será que eu não mereço um abraço?- Disse ele inocentemente (só que não). Beth logo foi e o abraçou. Foi uma cena fofa: Beth na ponta dos pés para o alcançar e um abraço intenso e kawaii. Qualquer um acharia aquele o casal mais fofo, eu fiquei imaginando que perfeito seria se fosse verdadeiro. Beth se afastou e acenou para mim e Harold. Naquele momento percebi que só ficaria eu e Harold no carro, afinal eu morava depois de Beth. Assim que Beth entrou Harold pediu para que eu passasse para o banco da frente, antes ocupado por Beth. Hesitei mas ele insistiu, e eu concordei. Depois de rodarmos uns 5 km Harold parou o carro em frente a uma praia.
-Estamos sós, nós dois aqui... Por que não aproveitar?- Disse ele com um sorriso malicioso.
-Que tal porque já vai dar meia-noite, Veruzka irá me atormentar pro resto de minha vida por causa dessa noite e não há oque fazer em uma praia deserta há essa hora. Afinal a água está gelada e o vento também!- Disse. Estava quase entendo aonde ele queria chegar.
-É verdade sobre tudo, mas essa praia fica ao oeste onde o clima é mais gostoso a noite lembra?- Infelizmente Harold tinha razão... Para acabar com aquilo resolvi concordar.
-Ok, o que você propõe?-Disse suspirando.
-Que tal um passeio a beira mar?-Disse ele com os olhos brilhando.
-Bem rápido?- Disse, devem estar pensando porque estou concordando. Mas se eu me recusasse ele poderia me forçar ou algo pior.
-Como quiser minha dama!- Disse ele sorrindo.
-Sua dama não, por favor!-Disse.
-Tudo bem... –Sentei-me em um banco e tirei a sapatilha e Harold fez o mesmo com o sapato com detalhes em pedraria preciosa. Então fomos até o meio da areia e começamos a caminhar... O mar estava calmo e a areia macia, Harold segurou minha mão sem que eu pudesse recusar. A brisa suave... Seria perfeita se a companhia fosse outra.
-Está gostando?-Disse Harold enquanto o vendo balançava os cabelos loiros.
-Nada mal, mas estou começando a ficar com sono. - Disse com a esperança que ele me levasse para casa.
-Você realmente quer trocar isso aqui pelas paredes e a cara feia da Veruzka?- Disse olhando-me cuidadosamente.
-Eu não posso dormir aqui! Se fosse para dormir fora de casa eu tinha ficado com Beth.
-Ah Lotie... se acalme. A areia pode ser uma ótima cama!
-Então você me propõe dormir na praia?
-Seria uma boa não?
-Claro, se eu tivesse travesseiros, lençol... Quer saber? Se você não quer me levar eu vou sozinha!- Então comecei a soluçar... Imagine sede naquele momento!
-Não precisa... Você quer tomar uma água?
-Seria bom, mas há essa hora não há nenhum lugar que venda!
-Eu tenho ali... Espera-me!
Seria uma ótima oportunidade para sair correndo, mas eu estaria sozinha no meio da rua de madrugada. Harold chegou com uma garrafa d’água nas mãos e me deu.
-Ai... (bocejei) Não agüento, preciso dormir... –Disse a Harold.
-A essa hora Veruzka não vai te deixar entrar, vai?
-Não... O que eu faço.
-Leva em consideração minha proposta...
-Não... Vou me sentar aqui e esperar o sono passar. –Disse sentando-me na areia.
-Ok. Posso? –Disse Harold querendo sentar ao meu lado.
-Tem muito espaço por aqui... Mas faça o que quiser! – Disse com raiva. E ele seguiu o conselho e sentou bem ao meu lado.
Já não agüentava de sono e tombei sobre o ombro de Harold. E senti ele deitando-me em seu colo, mas estava tão exausta que achei que era apenas um sonho ou pesadelo...
Capítulo 6 [Tempo]Spoiler (Clique para visualizar)
A noite fora serena. A brisa suave em meu rosto, o som do mar... Para ser sincera foi a melhor noite de que tive. Já não me importava se era Harold minha companhia, e sim oque ele havia me proporcionado. Afinal se não fosse por ele eu estaria na mansão Di’bemon com Veruzka me pressionando para uma resposta sobre o que aconteceu pela manhã. Harold me proporcionou muitas coisas, mas o principal foi Tempo. Tempo para refletir, para espairecer e o mais importante Tempo de Liberdade!
Despertei aos poucos e naturalmente, me vi em uma cena que poderia detonar minha vida. Literalmente, como uma dinamite. Estávamos eu e Harold deitado juntos, bem junto no meio da areia e sobre o paletó de seu smoking de marca. Ainda não tinha despertado totalmente. Imagine se Beth resolvesse fazer sua caminhada por perto? Nossa amizade correria sérios riscos. Quando estava totalmente despertada olhei em volta, ninguém estava por perto. Harold estava me abraçando e olhando-me como Beth quando vê um sapato.
Ao ver que eu havia acordada disse com os olhos brilhantes e um olhar profundo:
-Bom dia querida, como passou a noite?
-Bom dia, nada mal...
- Só isso? Esperava mais...
- Ok, foi ótimo. Satisfeito? –Disse desenroscando seus braços de minha cintura. Estava muito preocupada...
- Sim, oque você tem? Está um pouco pálida.
- Você está acordado há quanto tempo?
- Desde bem cedo, por quê?
- Por um acaso viu se Beth passou por aqui?
- Não, ela não esteve por aqui... Fique tranqüila aqui é um pouco longe lembra?
- Ah, temos que ir embora!
- Tudo bem, eu te levo!- Eu havia estranhado o fato de ele não ter contestado.
- Ok. Vamos?
- Claro, vem. –Disse segurando minha mão. Fomos até o carro, onde nos recompomos.
O caminho foi tranqüilo, Harold parecia leve...
- Obrigada. –Disse ele.
- Pelo que?
- Por ter ficado comigo.
- Ah, não foi nada.
- Foi sim...
- Bem, também lhe devo um obrigado. Foi legal...
- Por nada!- Disse ele.
P. H. Onn.
Nem acredito que Lotie está me agradecendo... Acho que estou indo por um bom caminho.
P. H. Off.
Chegamos em frente a mansão, sentia que poderia enfrentar qualquer coisa...
- Então é isso, até breve Lotie! –Disse Harold.
- Obrigado por me trazer, até.
Ele acenou, entrou no carro e saiu planando pelo asfalto. Meu momento Light havia acabado, deveria estar preparada para enfrentar Veruzka. Mas Asia interrompeu meus pensamentos.
- Bom dia senhorita. Vejo que a noite foi interessante!
- Ah... Asia oque você quer?
- Nada! Somente quero avisar que se sua amiguinha souber disso tudo... Acabará bem mal!
- Você não ousaria!
- Nunca, NUNCA duvide de mim!
- Ok. Agora você pode dar uma de água e vazar?
- Claro, tchau tchau Lotinha!- Disse ela
Será que Asia iria contar a Beth? Que provas ela tinha? Mas eu não tinha tempo para me preocupar com Asia e seus enigmas e sim com Veruzka. Entrei e antes de subir para meu quarto, resolvi passar pelo jardim. Lá vi uma rosa, tal rosa me trouxe uma lembrança linda. Eu e minha mãe a plantamos em meu aniversário de quatro anos. Era uma das poucas lembranças dela. Ao tocá-la me senti mais perto de minha mãe. Mais perto do que nunca. Depois entrei e fui para meu quarto silenciosamente, parecia que Veruzka havia saído... Ao entrar deitei-me e dei um longo suspiro... Estava começando a pensar em tudo que havia acontecido. Talvez Harold gostasse de mim, e não fosse uma possessão, assim podendo realmente gostar de Beth! Talvez aquela vida não fosse o bastante. Talvez eu precisasse de liberdade. Mas meu celular vibrou, era uma mensagem de Asia. “Que o show comece em 3... 2... e 1...” Dizia. Nem terminei de ler o um e o mesmo começou a tocar: Era Bethany.
- Alô, Beth?
- É verdade Lotie? –Asia havia contado? Meu coração estava batendo tão rápido que parecia que ia sair pela boca.
- Charlotie, por favor, responde... É verdade?
- Beth não... –De repente fui interrompida. Veruzka entrara no meu quarto. Ela estava trajando um vestido preto com detalhes vinho, uma luva preta e um sapato também vinho. Assustei-me profundamente, o susto foi no fundo do osso do coração (coração não tem osso então se percebe que foi incrível o susto!
-Ora... Ora... Quem apareceu. Agora podemos terminar nossa conversa de ontem! –Antes que eu dissesse algo ela prosseguiu. Beth ainda estava na linha e ouvira tudo. -Onde estava essa noite? Onde estava ontem? Vamos Charloti, pare de enrolar diga logo antes que perca o resto de minha paciência!
Obs: P. H. On/Off Significa Pensamentos Harold Online ou Offline
Capítulo 7 [Se acalme querida]Spoiler (Clique para visualizar)
Eu realmente não sabia se responderia a Beth ou a Veruzka, se bem que Veruzka estava na minha frente… Mas eu já havia pensado em tudo.
-Querida tia, posso ao menos despedir-me de Beth?
-Claro minha querida. Despeça-se dessa pirralha enjoada logo...
Eu detestava quando Veruzka falava assim de Beth, mas não havia tempo para defendê-la. Fui breve com um simples “Perdão Beth, tenho que desligar. Assim que puder, te ligo! Beijos”. E logo Veruzka impôs o foco da conversa.
-Prontinho senhorita? Podemos conversar agora vossa magnificência? –Disse ironicamente.
-Claro, eu estava no porão...
-Oh, e como ninguém a viu entrar ou sair de lá?
-Ora, porque eu fui lá pelo início da noite... Estava sem sono, e lá lendo um livro adormeci.
-Hum. E por que não foi para o quarto pela manhã?
-Porque assim que acordei voltei a ler o tal livro, queria terminá-lo...
-Ótimo, que livro leu?- Para Veruzka aquele era o momento onde a “casa iria cair”, mas a estrutura era ótima...
-Li Hades... Gosto muito dele...
-Sério? Essa é a décima vez não?
-Sim, a cada vez que leio, vejo a história de um modo diferente, diria até mágico.
-Pare com suas bobagens... Bem, sua história é coerente. Tenho compromisso, com licença...
-Toda!- Disse sorrindo...
Eu havia me livrado de uma, mas havia Beth. Como explicar? Deveria dizer a verdade? E magoá-la ou mentir e iludi-la... Bethany sempre dizia “Me magoe com a verdade, mas não me iluda com a mentira” sou amiga dela. Não quero vê-la sofrer, mas a verdade sempre prevalece... Resolvi refletir: “Sim, estou chateada mas pelo menos disse a verdade” “Como pode? Pensei que fosse minha amiga! Nunca mas quero ver você...” “Mentiu? Isso é um absurdo I’m Hater of Charlotie... For sempre!” “Se pelo menos tivesse dito a verdade...”. Era uma situação horrível... Só uma pessoa poderia me ajudar: Bernard. Rapidamente liguei para ele.
PHONE ON.
-Oi Lotie!
-Ah oi Bernard pode falar?
-Claro você parece nervosa... O que foi?
-Ber... Preciso de você. Ajuda-me?- Disse prestes a desabar a chorar.
-Claro, fique calma... Estou indo pra i!
-Obrigada!
PHONE OFF.
Assim que desliguei desabei em lágrimas. Só de pensar em perder a amizade de Beth... Meu mundo cai sobre minha mente. Meu rosto ardia... E minha cabeça doía muito. Chorei como nunca havia chorado: lágrimas e soluços ao mesmo tempo. Logo Bernard chegou... O ouvi subir conversando com Matilde a governanta. Fui até o banheiro lavar o rosto: os olhos vermelhos, rosto inchado, bochechas coradas... Lavei mas não saía aquela expressão de extremo sofrimento. Bernard bateu à porta e eu pedi que entrasse.
-Ah, obrigado por vir!- Disse correndo para abraçá-lo.
-Por nada! Jamais deixaria você a pedir ajuda... –Disse apertando-me forte, de forma confortante. Logo peguei sua mão e sentamos na cama...
-Conta tudo...
-Ok, tudo começou na festa quando [...] e na praia ele [...] – Contei toda a história desde a festa...
-Entendi seu desespero... Acho que deve contar a Beth e depois dar um tempo para que ela possa digerir a história.
-Obrigada, como direi?
-Da mesma forma que me disse...
-Ok, obrigada Ber, você é tudo!
-Por nada... Você está melhor?
-Mais ou menos… Tudo que eu quero é chorar e chorar. –Disse entre soluços.
-Me parte o coração te ver assim...
-Se ao menos minha mãe estivesse aqui para me consolar... Mas nem isso eu tenho! Por que essas coisas estão acontecendo comigo?-Disse começando novamente a chorar.
-Calma vem cá. –Disse Bernard colocando minha cabeça sobre sua perna.
-Você precisa descansar... Não vou mais te atrapalhar!- Disse ele.
-Não. Por favor, não vá... Eu preciso de você!
Deitei-me na cama e Bernard ficou na beira dela me consolando... Fui caindo no sono lentamente, Ber estava comigo a todo tempo. Depois de Bethany, Bernard era meu melhor amigo. Compreensivo, gentil e sempre pronto a me ajudar. Não sei o que seria de mim sem ele, afinal quem me ajudaria nesse momento a não ser por ele?
O sono foi conturbado, pesadelos seguidos de pesadelos... Todos sobre Beth. Veruzka já não me preocupava diferentemente de Beth que não saia de minha mente. Acordei por volta das duas da tarde, havia perdido o almoço. Levantei-me, tomei um banho e me arrumei, vesti um short comum com uma camiseta roxa. Desci correndo as escadas, estava morrendo de fome.
Matilde estava na cozinha conversando com Senhorita Demolber a nossa chefe de cozinha vinda da França. Ninguém sabia o primeiro nome de nossa chefe então a chamávamos de Demi, o que a fazia pensar que a comparávamos com Demi Lovato.
-Olha quem chegou a senhorita dorminhoca!- Disse Demi.
-Ah, oi Demi... Esse cheiro está maravilhoso!- Disse.
-Charlotie já disse para não descer as escadas correndo! Se você quebrar uma costela ou ao menos uma unha seu pai me mata! E sua mãe ajuda... –Disse Matilde.
-Tudo bem Mat, não faço isso mais!- Disse sorrindo. –Demi, não me diga que é cobertura de pistache com chocolate.
-Exato. Mas você vai almoçar, não deve pular refeições!- Disse Demi.
-Ta bem, Mat e Demi juntas para mandar em mim! Eu amo isso!- Soltei uma gargalhada.
-Sério? Achei que não gostasse, então vamos continuar Demi. –Disse Matilde e Demi assentiu com um sorriso maléfico.
-Ei, eu só tava brincando!- Disse.
Almocei, era strogonof de frango e o básico (arroz, feijão e salada). Comi como uma draga estava faminta... Incrivelmente faminta.
-UAU! Charlotie minha querida nunca vi você com tanta fome! Acho que nem há lugar para o bolo... –Disse Mat.
-Matilde... Sempre há espaço para sobremesa! Lembre-se disso!-Disse.
Depois de estar alimentada devidamente, oque não acontecia há tempos. Relaxei e chamei Matilde para fazer brigadeiro. Não me divertia há dias... [...]
Sentamos a mesa para enrolar os docinhos, e então do nada começou uma guerra de granulado e farinha entre mim e Mat. Estávamos medonhas cobertas de farinha por inteiro, oque foi hilário.
De repente ouvimos o som dos portões da mansão abrir e quase respectivamente passos em direção a porta. Os passos leves, ouvia não muito bem a voz de um homem e uma mulher. Então a porta era destrancada... E as vozes mais nítidas... Eu as conhecia! Eram meus pais!
Capítulo 8 [O Reencontro]Spoiler (Clique para visualizar)
Os dois entraram. Minha mãe estava usando seu clássico vestido social pêssego, casaco cor de rosa e o cabelo estava preso em um perfeito coque. Já meu pai estava com um smoking preto e o cabelo em um topete também perfeito. Aquele momento fez com que quase torcesse o pé em meio à corrida da cozinha para a sala em busca de um abraço apertado. Quando me aproximei mamãe cortou meu clima animado.
-Nem pense nisso... Não vou sujar meu vestido caríssimo abraçando uma pirralhinha chata coberta de farinha. –Disse ela. Logo arregalei os olhos assustada... A voz doce de veludo de minha mãe não combinava com aquelas palavras tão, a cara de Veruzka. –Calma meu amor, é brincadeira... Vem cá, que estou morrendo de saudades!-Disse ela me abraçando.
-Eu realmente me assustei... Parecia que minha querida tia havia passado o vírus pra você... – Disse fazendo com que todos soltassem uma gargalhada gostosa.
-Charlotie... Está se esquecendo de seu pai?-Disse meu pai.
-Claro que não! Como senti sua falta... –Disse ganhando mais um abraço apertado.
-Bem, acho que podemos matar a saudade depois de um banho. Desculpe Lotie, estou exausta da viagem.
-Sem problemas, eu e Mat também precisamos de um banho. –Sorri. -E falando nela... - Matilde se aproximou.
-Clarie, Louis. Quanto tempo!
-Mat! Cuidou bem de nossa menininha?-Disse papai.
-Pai! Menininha não! –Disse fingindo estar brava.
-Você sempre serão nossa menininha e ponto final!-Disse apertando minhas bochechas.
-Exato. E sim acho que fiz um bom trabalho com essa mocinha!-Disse Mat sorrindo.
-Bem, se vocês nos dão licença vamos subir para relaxar!-Disse mamãe.
-Claro, acho que dona Charlotie e eu devemos tomar uma ducha... –Disse Mat.
-Até logo!-Disse meus pais e subiram depois de um beijo em minha testa.
Estava eufórica. Aquele momento parecia mágico demais para ser verdade! Meu coração parecia querer pular de meu peito de tanta alegria. Sim, eram meus pais após uns cinco anos de distância. Meus problemas pareciam evaporar de meus pensamentos, ali só havia lugar para alegria. Logo Mat foi tomar um banho e eu fiz o mesmo, meu cabelo estava lotado de farinha fazendo com que demorasse mais. Depois daquela ducha maravilhosa vesti um short-saia e uma blusinha rosa com babados e renda. Coloquei um laço da mesma cor da blusa em meu cabelo, o que me fez parecer aquelas bonequinhas de porcelana. Logo tudo o que eu mais queria era aproveitar meus pais, corri para o quarto deles e dei um mega pulo na cama.
-Quanta energia em!-Disse mamãe.
-Eu ensaiei muito sabia?- Fiz bico. -Que tal assistirmos um filme lá na sala?-Sugeri.
-É uma boa idéia concorda Lou?-Disse mamãe.
-Boa? É maravilhosa! Assim podemos aproveitar mais. –Disse ele.
Então papai pegou-me pelas mãos e mamãe pelas pernas e foram até a sala de estar. Eu nunca estivera tão feliz! Assistimos a um filme antigo que mamãe adorava, era uma comédia de ação. Estávamos os três juntos, finalmente me sentia completa... Até que chegou Veruzka na sala e se deparou com a cena de uma família perfeita, o que parecia ter a incomodado muito.
-Oh meu Deus que surpresa maravilhosa!-Disse ela fingindo estar feliz.
-Olá Veruzka! Como vai?-Disse meu pai.
-Vou muito bem... E você irmãzinha como está? Senti tanta saudade!-Minha tia não escondia a ironia ao falar com papai. Ela guardava mágoas e um ódio incrível, porém não fazia questão de esconder. Ele por sua vez ignorou-a.
-Vou bem sim, melhor agora reencontrando a você e a minha filha!-Disse mamãe. Ela conhecia Veruzka, sabia que ela não queria uma amizade. Porém não queria desfazer-se dela, afinal ela que a criou desde pequena por ser mais velha.
-Bem, não quero atrapalhar. Com licença!-Disse ela se retirando.
-Não atrapalha em nada não! Fique... -Disse mamãe.
-Mesmo se quisesse eu não poderia, marquei com uma amiga!- Disse ela. Amiga? Veruzka? O mais perto disso era Brooke... Pensei.
-Tudo bem... Mas depois conversamos?-Sugeriu mamãe.
-Claro, temos muitos assuntos para colocar em dia- sorriu e saiu.
-Do que ela estava falando Lotie?-Perguntou papai.
-Não sei... Ela é seriamente estranha... -Disse.
-Charlotie!-Repreendeu mamãe.
-Desculpe... -Respondi.
-Seriamente estranha é pouco, uma bruxa perde pra ela!-Disse papai.
-Exatamente. Mandou bem!- Disse mamãe fazendo um toque de mão com meu pai.
Antes de o filme terminar caímos em um sono profundo, depois de rir muito de Veruzka. Quando despertei estava em meu quarto e provavelmente já passava das 21h, nunca dava certo dormir à tarde... Lavei o rosto e desci para a sala. Ao olhar a secretária eletrônica vi diversos recados de Beth. Todos diziam “Me liga, precisamos conversar lembra?”. Mas eu queria mais é aproveitar o meu momento. Liguei a TV e comecei a assistir uma série que passava naquele momento. Logo ouvi os delicados passos de minha mãe, ela tinha uma graça indescritível para tudo que fazia. Trajava um roupão lilás de seda e os cabelos louros soltos...
-Deveria ter te acordado antes não é?-Disse ela.
-Não... É melhor assim eu dormi muito mais cedo! Onde está papai?-Perguntei.
-Está dormindo como uma pedra!-Disse ela sentando-se no sofá. –Porque você não sai desse chão?
-O tapete de veludo é bem gostoso sabia!-Afirmei.
-Então devo me juntar a você!-Disse ela sentando ao meu lado sobre o tapete.
-Mãe, como foi à viagem à Paris?
-Foi incrível! Comprei vários presentes a você, mas ficou no carro...
-Não tem problema amanhã buscamos!
-Então... Como fiquei muito tempo fora, não tivemos aqueles papos de mãe e filha, certo?
-Aham... –Eu já tinha uma idéia de onde ela queria chegar.
-Bem, você por um acaso já teve seu primeiro amor?
-Claro que não!
-Entendi... Mas suas amigas já, certo?
-Sim, Beth descobriu o amor, porém do modo errado...
-Como assim?
-Então, ela gosta do Harold...
-Harold? Irmão da Asia... Acertei?
-O próprio!
-Ele não mudou nada?
-Não... Continua o mesmo!
-Não entendo... Achei que fosse coisa de criança, estragar as coisas dos outros quando não conseguia o que queria!
-Pois é. Mas ele parece estar melhorando.
-E Asia? Continuam amigas?
-Não, pelo contrário.
-Perdi muita coisa pelo jeito! Vocês eram tão amigas...
-Sim, na quinta série!
-Ok, e Bethany, não me diga que viraram inimigas...
-Não! Não, somos melhores amigas! Ou pelo menos, éramos...
-Oque aconteceu para falar assim?
De repente alguém bateu à porta e mamãe logo correu a porta para abri-la antes que acordasse alguém. Não saí do lugar que estava somente abaixei o volume da TV para ouvir quem era. E como resultado obtive um “Ah quanto tempo, me desculpe não poder conversar agora e vir a essa hora da noite.” Então os passos se aproximavam... Estava curiosa para saber quem era. Mas minha curiosidade acabou rapidamente. Bethany estava em minha frente e antes que dissesse qualquer coisa ela disse pausadamente:
-Então Lotie, podemos conversar agora?
[/center]
Capítulo 9 [Revelações] Spoiler (Clique para visualizar)
-Acho melhor subirem para o quarto, terão lá mais privacidade- disse minha mãe.
-Tudo bem, obrigada!- respondi- Vamos Beth?
-Claro...-Bethany me acompanhou até o quarto. O silêncio durante o caminho foi insuportável. Beth parecia outra pessoa, não havia expressão em seu rosto. Seus olhos não tinham o mesmo brilho, estavam apagados, tristes... O rosto corado, e havia leves olheiras, provavelmente provocadas por dias de choro. Nunca a vi tão triste! Chegamos ao quarto, sentei-me na poltrona da escrivaninha e Beth estava novamente na banqueta do piano.
-Lotie, creio que não preciso explicar o porquê de minha visita. Afinal você com certeza sabe o motivo... - disse ela de modo seco.
-Sim, sei... Porém não sei se devo contar-lhe, você irá sofrer por algo sem importância! - disse, esperando que ela esquecesse... Porém foi uma tentativa inválida.
-Não importa! Eu sei por alto tudo o que ocorreu, mas quero ouvir de você... - disse ela.
-Ah Beth, você sabe que não quero a ver sofrendo!
-Prefiro sofrer ouvindo a verdade! É melhor do que viver em meio a mentiras, omitir isso de mim não vai melhorar nada.- disse ela de uma forma tão séria que parecia outra pessoa.
-Ok, vou te contar tudo... Mas eu quero que fique claro que eu e Harold não temos absolutamente NADA!
-Está bem, conte-me tudo!
-Bem tudo começou na festa [...] e depois que lhe deixamos em casa Harold dirigiu até uma praia bem longe daqui e lá [...]- contei toda a história assim como Bernard havia me aconselhado. Bethany ficou calada por um bom tempo, abaixou a cabeça e só ouvi alguns grunhidos. Então ela desabou em lágrimas, ela lutou bravamente contra elas. Porém não houve jeito. Desci rapidamente e fui até a cozinha e preparei um copo com água e açúcar. Subi para o quarto e entreguei o copo para Beth.
- O- obrigado...- disse Bethany em voz baixa.
-Como você está?
-Como você imagina? Descobri que o garoto que amo estava me USANDO para chegar a você! Como fui boba, como fui tola...- disse ela com os olhos marejados.
-Beth! Se acalme por favor. Ele gosta sim de você, porém de um modo diferente...
-Diferente? Eu não sou boba assim! Sei muito bem que ele gosta é de VOCÊ e você também sabe!- disse ela irritada.
-Bethany, não importa... Ele não merece que sofra desse modo por causa dele! Você merece algo melhor!
-É fácil dizer, você nunca sentiu como eu! E eu perdendo tempo, você bem pode estar afim dele!
-Beth, como pode dizer algo assim? Jamais seria capaz de tamanha traição! Lamento que pense assim de mim...
-Espero que eu esteja errada... Eu vou indo...- disse ela indo em direção à porta.
-É inacreditável que duvide de mim, depois de tanto tempo... Reflete um pouco, descansa e depois me procura!
-Ta bom, licença...- Bethany saiu do quarto e foi embora.
Eu realmente não estava acreditando no que acabara de me acontecer... Bethany estava duvidando de minha amizade, o que me magoou profundamente. Mas eu havia feito a minha parte, e minha consciência estava limpa. Jamais conseguiria dormir, então fui continuar à ver TV. Acabei caindo em sono no sofá. Dormi como uma pedra um sono interrupto e gostoso.
Logo uma garota uns 2 anos mais velha que eu apareceu na sala. Tinha um cabelo em cor diferente, olhos escuros e estava vestida com um vestido rosa um tanto formal.
-Olá, com licença!- disse ela.
-Oi?-disse com cara de sono.
-Ah me desculpe...
-Imagina... Bem, sou Charlotie. Muito prazer!-sorri.
-Ah, sou Christina! Vim entregar uma pasta para a senhora Clarie.
-Sim, é a minha mãe!
-Poderia me informar onde ela está?
-Claro... Está no escritório, me acompanhe.
Caminhamos até o escritório e entramos.
-Licença, bom dia mamis!
-Toda! Bom dia minha flor!
-Essa é Christina ela veio te procurar!
-Sim, estava a sua espera.
-Vou deixá-las a sós... Tchau mamãe! Até logo Christina.
Então fui tomar um banho e me arrumar. Vesti uma regata longa e um leggin. Desci para o café. Depois de um lanche Matilde pediu para que entregasse um envelope para minha mãe. Fui entregá-lo, mas da porta ouvi algo realmente desagradável.
-Mas não teria como adiar?- disse Christina.
-Infelizmente não, os compromissos são inadiáveis. -respondeu minha mãe.
-A viagem não pode ser adiada nem por um dia?
-Não...
De que viagem falava? Mamãe acabara de chegar! E papai? Iria também? Resolvi entrar e perguntar.
-Mat me pediu que lhe entregasse –dei o envelope- Mãe, poderíamos conversar um minuto?
-Claro! Christina poderia nos dar licença rapidinho?
-Claro... –disse ela saindo.
-O que quer falar comigo?
-Mãe... Sem querer ouvi um pouco da conversa de vocês... –de repente mamãe suspirou e perguntou.
-Que parte?
-A da viagem...
-Oh minha querida, eu iria te contar!
-Você mal chegou!
-Veruzka fica com você...
-Espere... Papai também vai?
-Sim ele vai comigo!
-Não acredito! Mais uma vez... Vocês vão voltar quando? Quando eu tiver cabelos brancos?
-Filha, não é por mim!
-Não importa... Se quisesse ficaria...
Capítulo 10 [Brigas & Intrigas]Spoiler (Clique para visualizar)
-Tudo bem, vou tentar reverter à situação... Porém, não lhe prometo nada. - disse minha mãe.
-Obrigada!- disse sorrindo.
Saí do escritório e resolvi dar uma volta para espairecer... Haviam acontecido tantas coisas nos últimos dias, Beth, meus pais... O segredo de Veruzka... Embora tenha resolvido anteriormente esquecer o assunto do segredo misterioso, nas circunstâncias atuais era uma das formas de esquecer tudo. Fui até uma praça próxima ao museu de arte moderna. Sentei-me em um dos bancos e comecei a pensar nas várias possibilidades para o segredo... Para dizer a verdade eu não tinha a menor idéia do que poderia ser!
Logo alguém se sentou ao meu lado interrompendo meus pensamentos. Era Christina.
-Espero não tê-la incomodado!- disse ela.
-Claro que não! O que faz por aqui?- perguntei.
-Ah, eu vim apenas relaxar um pouco, tenho tido muito trabalho ultimamente!- disse ela, suspirando.
-Você trabalha com moda?
-Não exatamente, eu ajudo minha irmã mais velha na confecção.
-UAU! Que incrível... Agora entendo o porquê de sua visita à minha mãe!
-Pois é, eu cuido da parte de contatos etc., mas mudando de assunto...Você mora há muito tempo aqui?
-Sim, que eu me lembre desde sempre! E você?
-Me mudei há pouco tempo... Não conheço muito por aqui!
-Gostaria que lhe mostrasse a cidade?
-Não precisa se incomodar!
-Imagine! Eu adorarei!
-Ok se você insiste! Podemos fazer esse passeio hoje no final da tarde?
-Claro!
-Desculpe, eu tenho um compromisso agora... Vemo-nos a tarde sim?
-Ok, até breve!
Christina saiu e eu fiquei novamente a sós com meus pensamentos... Minha calmaria acabou rapidamente e com a presença desagradável de Ásia.
-Hiiii Lotie! Como está diva?- disse ela ironicamente.
-Me deixe em paz Ásia...- disse suspirando.
-Aff... Que falta de classe heim!- disse ela com um sorrisinho irritante no rosto.
-Falta de classe? Prefiro não ter classe a não ter caráter!-disse indignada.
-Do que você está falando my bff?- disse ela de forma tão mentirosa que chegava a ser nojenta!
-Não dá uma de sonsa Ásia! Eu não sou tão ingênua! Pelo menos uma vez na vida seja uma pessoa com vergonha na cara e assuma o que fez!- disse. Eu realmente estava começando a querer dar uns bons tapas na cara de Ásia....
-Você está ficando louca! Não sei do que está falando querida!-disse ela sorrindo.
-Ah, eu sei que foi você que contou pra Bethany!
-Eu? Ah você matou a charada fofa.-disse ela terminando a frase com um gritinho.
-Por quê? Com que motivo?
-Ué ver você assim irritadinha e sozinha já vale o sacrifício!
-Você é podre! Caramba, como alguém pode ser tão frio e nojento?
-Espero que não seja uma indireta para mim! Você e aquela sua amiguinha são duas idiotas ridículas! Separadas ao menos diminui o nível de falta de estilo por olhar! Eu fiz um grande favor para a sociedade! E além do mais quem estava fazendo coisas erradas as escondidas não era eu...
-Cala a boca sua desgraçada! Você não deve falar sobre o que não sabe! Deixe-me em paz agora que conseguiu o que queria...
-Olhe bem como fala comigo sua brega ridícula!
-Ah é mesmo? Tudo isso é pouco pra você!- de repente do nada estávamos eu e Ásia entre tapas... Logo uma multidão estava em volta de nós duas... Senti alguém me segurando e logo vi Harold fazer o mesmo com Ásia.
-Calma Lotie, respire...-Era a voz doce e meiga de Bernard.
Eu tremia como nunca sentia uma forte dor de cabeça e meu rosto ardia por inteiro... O que eu mais queria era acabar com Ásia e suas ironias… A multidão foi saindo aos poucos e Bernard me levou para seu carro. Ele dirigiu até uma praia. Parou o carro e perguntei:
-Onde estamos? –disse, entre soluços.
-Você confia em mim?-disse ele. O sol clareava o rosto de Bernard, o cabelo loiro e os olhos claros... Parecia um anjo.
-Claro que confio!-disse.
Descemos do carro e fomos até um penhasco... Com uma vista incrível e um banco... Ele segurou minha mão e sentou ao meu lado no banco... Ficamos admirando a vista por certo tempo e depois Bernard quebrou o silêncio.
-Você tá melhor?
- Sim, obrigada!
-Por nada! O que deu em você Lotie?
-Porque pergunta?
-Você nunca foi de confusões...
-Ásia pegou muito pesado...
-Falou de Beth não foi?
-Sim, e v...- dei uma breve pausa para engolir o choro. –você sabe... É muito doloroso e recente pra mim... E tudo porque Ásia abriu aquela boca dela!
-Calma! Olha essa vista... Tenta esquecer-se de tudo...
Olhei para Bernard e o rosto estava ainda mais angelical do que pouco tempo atrás... Estava tão calmo, sereno que me contagiou. Fechei os olhos e tentei relaxar... A brisa tão leve...
-Ber... Obrigada!
-Pelo que?
-Ah, você ta do meu lado nesse momento tão difícil... Sabe que se não fosse você eu estaria sozinha nessa...
-Não não! Jamais você estaria sozinha! E eu jamais te abandonaria... Você é muito mais que uma amiga... Mais que uma irmã...
-Ah Ber... Te adoro! Eu... Eu...- meus olhos estavam começando a marejar- Eu nem sei o que seria de mim sem você... – abracei-o o mais rápido que pude... Eu sentia algo diferente, algo especial que parecia que Bernard era o ímã e eu o metal... Algo tão tão forte que nunca senti antes... Eu só queria ficar perto dele, como se acaso eu o soltasse ele sumisse de perto de mim como vapor subindo pelo ar...
-Desculpa, é... É que eu não sei explicar...
-Sei como se sente...
-Sabe mesmo?
-Sim... É uma força doida não é?
-Sim...
Bernard segurou levemente meu rosto... E me observou cuidadosamente. O olhar meigo e lindo dele parecia hipnotizar-me... Aquilo era loucura! Estaria eu criando dentro de mim sentimentos pelo meu melhor amigo? Estaria eu iniciando a maior bobagem que poderia se feita? Mas ao voltar meu olhar para sua face serena e inocente esqueci-me de tudo... Aproximamos-nos e o inevitável aconteceu: Eu e Bernard nos beijamos...
Capítulo 11 [Será Amor?]Spoiler (Clique para visualizar)
Quando os lábios de Bernard tocaram os meus foi como se fogos de artifício estivessem dentro de mim, era um sentimento tão forte que me tomou por completo. Meu primeiro beijo estava sendo perfeito: no local perfeito, no momento perfeito e creio que com a pessoa perfeita. Tive a sensação de estar flutuando pelo ar em meio às nuvens... O beijo foi suave e lento como de um filme romântico.
Quando nos afastamos ficamos por certo tempo em silêncio, apenas curtindo a brisa leve e o momento.
-Lotie, me desculpe...
-Pelo quê?
-Pelo beijo, desculpa...
-Por quê? Você não queria?
-Sim, não... Ah, você deve estar me odiando não é mesmo?- disse ele escondendo o rosto entre as mãos.
-Claro que não! Confesso que estava justamente... - fiz uma breve pausa.
-Sim?
-Justamente estava pensando em fazer isso... -corei.
-Sério mesmo?
-Sim...
-Então se você não se importar... -o interrompi com um selinho. E ele corou rapidamente, e me deu outro beijo...
Eu realmente não sabia o que estava acontecendo, mas realmente estava gostando...
-Bem, acho melhor te levar para casa, seus pais devem estar te esperando para o almoço...
-Tudo bem, você tem razão... Mas se eu pudesse ficaria aqui pra sempre com você!
-Eu também... Vem! – ele pegou minha mão e fomos pro carro. Ele arrancou e me levou até em casa.
-Está entregue!-disse abrindo a porta do carro pra mim.
-Obrigada... -sorri.
Entrei e fui para o banheiro lavar minhas mãos para almoçar e no meio do caminho encontrei com Christina.
-Olá!-disse.
-Ah, oi...
-Você vai ficar para o almoço?
-Não eu tenho um compromisso...
-Entendo, até logo!
-Até!
Ela saiu e eu fui ao banheiro... Desci as escadas e o almoço estava na mesa.
-Lotie querida, onde você estava?-disse minha mãe.
-Estava na praça... E depois fui até um lugar que não conheço com o irmão de Beth.
-Ah, Bernard?
-Sim, e onde está o papai?
-Foi pra cidade vizinha visitar um edifício.
-Hum... O que Christina veio fazer aqui?
-Bem, ela veio... -mamãe parecia estar inventando oque diria- Trazer um dos trabalhos da tia.
-Mas, não era a irmã dela?- nisso minha mãe estremeceu.
-É isso mesmo, mas você não sabia que a tia dela também tem o mesmo ofício?
-Hum, não...
-Pelo visto a tarde foi boa!
-Por que diz isso?
-Pergunte para esse brilho em seus olhos... O que aconteceu?
-Desculpa mãe, mas até eu preciso digerir o que aconteceu...
-Tudo bem, mas depois você irá me contar certo?
-Ok.
De repente o celular de minha mãe começou a tocar.
-Claro, não, mas não tem como desmarcar? Ok. Estou chegando aí.
-Vai sair?
-Sim...
-Tchau Mamis... Ela me deu um beijo na testa e saiu. Ajudei Matilde a tirar a mesa e subi para o quarto.
Foi realmente uma surpresa o que aconteceu entre mim e Bernard... Nossa amizade teria acabado a partir daquele beijo? Será só amizade? Será amor de verdade? Isso só o tempo irá responder. Logo alguém batia à minha porta.
-Pode entrar!
Era Beth. Ela entrou com um pacote nas mãos e um sorriso.
-Oi Lotie!
-Olá Beth- disse receosa.
-Lembra que me pediu para que pensasse e viesse falar com você?
-Sim, e...
-Então, eu refleti e percebi que fui muito injusta com você. E que você não merece que eu tenha nenhum tipo de desconfiança em relação a você... E Harold confessou que você não fez nada, ele provocou tudo e você o seguiu por que exagerou no refrigerante. Mesmo sem ele dizer nada eu não deveria ter te acusado de trair a mim...
-Descobriu tudo isso sozinha?
-Acho que sim...
-Acha que é assim chega pede desculpas e fica por isso mesmo?
-Tudo bem, se não quiser me desculpar entenderei...
-Ótimo!
-Trouxe isso pra você... - Ela jogou o pacote em cima de minha cama.
Olhei pra ela e a mesma foi em direção à porta e eu joguei um travesseiro nela.
-Você está doida?
-Sim, acho que não sou boa sem você...
-O que disse?
-ACHO QUE NÃO SOU BOA SEM VOCÊ BETHANY!
Os olhos de Beth marejaram... E eu corri para abraçá-la.
-Também não sou boa sem você Lotie!
-Eu sei...
-Desculpa por tudo ta?
-Claro que te desculpo, todo mundo erra... Até as mais divas!
Os olhos de Beth voltaram a ter o brilho de sempre!
-Amigas novamente?
-E nós paramos de ser amiga em algum momento?
-Não!-sorriu- então... O que aconteceu entre você e meu irmão?
-Do que você está falando?-corei.
-Awn que linda, ela ta vermelhinha... Eu sei que você brigou com Ásia por minha casa e o que veio depois não tive detalhes... Ah vai me conta!
-E-eu? A-a-a gente não f-fez na-na-nada!
-Para de gaguejar e me conta! Eu super apoio vocês!
-Ah Bethany, a gente deu uns... uns... Beijinhos...
-Beijinhos! Owwwwn gente que meigo!
-Beth...
-Tá bom, eu paro... Mas e aí ele mandou bem?
-Ãn? Como assim? Eu lá sei! Nunca beijei outra pessoa...
-O quê? Foi teu primeiro beijo?- disse Bethany com os olhos arregalados.
-Sim... Qual o problema?
-Bem, o da maioria das pessoas é pelos 9, 10 anos...
-Ah não... Então vamos discutir a idade correta?
-Não... MY BEST FRIEND AND MY BROTHER OH YEAH!
-NÃO COMEÇA!
Então Veruzka entrou no quarto e berrou em voz estridente:
-QUE BADERNA É ESSA NA MINHA CASA?
OBS: OS CAPÍTULOS A PARTIR DO 12 estarão em outro post devido a falta de espaço! Para Ler os capítulos a partir dele basta clicar »>»Aqui«<«Link da imagem externa CAPÍTULO 17 POSTADO!
Última modificação feita por GeysaKayne (05-04-2014, às 19h02)