Model: Sonhos entrelaçados
Sinopse:
Aria Lutwid, uma adolescente no início do segundo ano, consegue entrar para o renomado Instituto Seanford, mesmo sem ter esperado conseguir. Logo na primeira semana percebe que sua vida escolar não vai ser tão tranquila quanto imaginava, graças a seu desastroso primeiro encontro com Oliver Trent. Agora, Aria se vê tendo que aguentar a companhia do ruivo imprevisível e temperamental. Seus objetivos e sonhos se cruzam, mas qual vai ser o resultado disso?
*Olá... Esta é minha primeira fanfic aqui no PrincesaPop, espero que aproveitem Qualquer coisa, não hesitem em falar comigo ^^*
Personagens: Este item vai ser atualizado conforme novos personagens aparecerem. A personalidade vai ser trabalhada na história, então aqui ficarão apenas imagens representando a aparência de cada um. *acho que as imagens estão grandes, vou redimensioná-las assim que for possível*Spoiler (Clique para visualizar)
Aria
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Oliver
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Tomas
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Capítulos:
Capítulo 01:Spoiler (Clique para visualizar)
Eu não pensei que conseguiria uma vaga no Instituto Seanford. Admito que não tinha dificuldades em nenhuma disciplina, mas as provas de seleção tinham fama de serem difíceis e eu não tinha me preparado para elas. Então, receber a carta de aprovação tinha sido uma grande surpresa para mim.
Meus pais tiveram uma surpresa ainda maior, já que nem sabiam que eu tinha me inscrito para o exame de admissão. Não queria que criassem expectativas, então mantive isso em segredo. Além disso, eles haviam me criado de tal forma que me acostumei a ser independente, então poucas vezes era interrogada sobre as coisas que fazia. Além disso, uma surpresa como essa não causaria outra coisa se não orgulho.
O Instituto Seanford era conhecido por ser um colégio de alto padrão educacional. Era frequentado apenas pela elite que pudesse pagar as altas mensalidades ou pelos estudantes que conseguissem média superior a oitenta pontos no teste de admissão. Também era considerado um paraíso para qualquer um que desejasse seguir carreira nas artes. Não era meu caso... Pretendia cursar arquitetura e, com esforço e as aulas rigorosas do Seanford, tinha certeza de que poderia conseguir uma bolsa de estudos em qualquer universidade que escolhesse.
Mas, indo diretamente àquela fatídica primeira manhã de aula...
Eu tinha que pegar dois ônibus para chegar, e ter perdido o primeiro fez com que eu tivesse um belo atraso. Os portões estavam sendo fechados quando cheguei mas, ao reconhecerem o uniforme bordô, esperaram que eu entrasse e murmuraram alguma bronca enquanto trancavam os enormes portões de ferro.
O Instituto era formado por cinco extensos prédios de três andares, sendo: dois prédios para aulas, um ginásio de esportes, o centro de artes e o prédio administrativo. Eu já havia perdido o primeiro período, e não fazia ideia de onde minha sala ficava.
Corri pelo pátio, tentando encontrar alguma indicação de onde ficava a sala B-17 (onde eu devia estar há uma hora e meia tendo minha primeira aula de matemática do semestre...). Meu rosto queimava pela vergonha de estar atrasada logo no primeiro dia. Virei a esquerda, com o coração acelerado por nervosismo. Bati com força em algo e fui ao chão, sentindo meu peito queimar logo em seguida. Além disso, alguém estava em cima de mim.
-Custa muito olhar por onde anda? -Perguntou irritado, afastando um pouco o corpo.
A primeira coisa que vi foram os olhos negros que, ao contrário da voz, indicavam surpresa e não raiva. Mas, no instante em que ele se afastou, pude ver seu rosto em meio aos longos cabelos ruivos. Senti meu rosto corar ainda mais.
-Uhn...? Não precisa corar tanto, não é como se eu tivesse ido para cima de você por querer... -Disse enquanto se levantava, com um sorriso malicioso estampado no rosto. -Aliás, me deve um café... -Disse enquanto olhava para o copo de café vazio que tinha em mãos.
Ok, já estava irritando... Levantei contendo a raiva, ainda sentindo o peito doer por causa do café quente.
-Vai ter seu café... -Falei com raiva. -E quanto ao meu uniforme? -A camisa branca estava arruivada, isso sem falar do estrago no casaco bordô. E o uniforme custava uma nota...
-Prazer em conhecê-la também, sou Oliver Trent. -Respondeu. -Cabulando aula no primeiro dia? -Estendeu a mão para me ajudar a levantar, ignorando o que eu tinha dito.
-Não achei a sala... E você?
-Só cabulando mesmo. -Ele deu de ombros.
-Ótimo.... Primeiro dia e já topei com um playboyzinho que não se importa com a boa educação que seus pais pagam. -Eu detestava esse tipo de gente, que tem uma boa oportunidade e joga fora como se não importasse.
Oliver bufou, enquanto tentava por o cabelo em ordem.
-Vai querer que eu ajude com o uniforme ou não? -Em seguida semisserrou os olhos e sorriu. -Sabe, eles são bem exigentes com isso, talvez nem deixem você entrar na sala... -Falou com a melhor cara de "sou sua única saída, então vai ter que me aturar".
Dei um longo suspiro."Só precisa sair dessa confusão, depois ir para a aula e tudo fica bem... Paciência Aria, no fundo isso é culpa sua mesmo" repetia, irritada, para mim mesma, na tentativa de me acalmar.
-Não tenho escolha. O que fazemos? -Perguntei.
-Vem comigo. -Oliver pegou meu pulso e me guiou, quase correndo, pelos corredores até chegarmos ao prédio das artes. -Como disse que se chama?
-Não disse...
-Tsc... Educação é coisa rara hoje em dia, não acha? -O sarcasmo em seu sorriso era tão evidente quanto em sua voz.
Dei um longo suspiro, enquanto tentava acompanhar o ritmo dele e ignorar a camisa encharcada de café grudando na minha pele.
-Aria Lutwid, muito prazer.
Capítulo 02:Spoiler (Clique para visualizar)
Os corredores do bloco de artes eram enfeitados com todo o tipo de produção dos alunos, de pinturas à esculturas. Subimos as escadas até o segundo andar, os trabalhos expostos me deixaram surpresa.
Sobre o piso negro estavam espalhados diversos manequins, que ostentavam peças de roupas magníficas. Pequenos alfinetes prateados presos às peças indicavam quais alunos tinham confeccionado-as.
-Espera. -Parei de andar de repente, ao ver um nome familiar em vestido de seda negra. -Jannine Clarent...? Ela estudou aqui? -Perguntei surpresa.
Jannine Clarent era uma das estilistas mais aclamadas das últimas temporadas. Eu não era muito informada sobre o mundo da moda, mas os modelos dela sempre tinham uma inspiração gótica magnífica... Uma ou duas peças dela estavam no guarda-roupas da minha mãe, mas essa história fica para mais adiante.
Oliver riu baixo.
-Se formou aqui a dois anos... Se olhar bem, vai encontrar muitos nomes conhecidos nas etiquetas dessas peças. Seanford foi berço de muitos sucessos.
Fiquei olhando para o vestido, talvez um pouco surpresa. Um trabalho tão lindo feito, na época, por uma mera colegial...
-Não sabia que o Instituto também focava na criação de estilistas. -Confessei.
-Sério? -O ruivo parecia surpreso. -Desinformada.... -Disse, pondo as mãos nos bolsos da calça.
Oliver ergueu um pouco a manga esquerda e consultou o relógio.
-Ainda quer ir para a aula, ou prefere dar uma volta por aqui? Dá para passar uns dois períodos nesse andar e no último. -A forma natural com que dizia isso conseguia ser mais irritante do que a ideia em si. Minha expressão deve ter revelado esse pensamento, então ele continuou. -Anda, uma ex-aluna costumava deixar um uniforme reserva em um dos ateliês desse andar. Ela foi para a Europa a uns dois anos, não tem problema se ficar com ele.
Fomos até a última sala a esquerda. O rapaz tirou uma chave pequena do bolso direito da calça e destrancou a porta.
-Onde conseguiu a chave? -Perguntei. Além de matar aula costumava roubar as chaves?
-Alguns ateliês são usados por grupos de alunos, quase como um sistema de clubes. Os outros membros desse foram se formando e indo embora, ou fugindo para outros grupos, fui o único que sobrou. -Respondeu em tom seco, o assunto parecia deixa-lo irritado.
A sala estava abafada. O ruivo abriu as janelas e pude enxergar o interior do cômodo.As paredes eram verde-claras e o assoalho era de uma madeira clara. Na mesma parede da porta havia um grande mural, com alguns croquis presos com alfinetes coloridos, além de um espelho enorme. Na parede a direita ficava uma grande estante, repleta com rolos de tecidos, linhas, tesouras e outros materiais, e ao seu lado dois tipos diferentes de máquinas de costura. Na parede em frente a porta ficavam diversas janelas, a sala era bem iluminada durante o dia, além de algumas cadeiras e um sofá vermelho que parecia muito confortável.. Na parede esquerda, apenas um armário de madeira e uma porta. No centro da sala estavam espalhados alguns manequins e uma mesa retangular grande.
Oliver foi até o armário, pegando o uniforme e entregando para mim. Depois, despreocupado, jogou-se na poltrona.
-Aí está, pode se trocar.
-Onde?
-Tsc, no banheiro atrás da porta à esquerda. -Disse, afrouxando a gravata preta. -Mas... Se preferir ficar aqui, não vou me incomodar. -Concluiu, exibindo outra vez o maldito sorriso malicioso.
Entrei no banheiro e bati a porta. Troquei de roupa apressada, seria horrível entrar na sala bem no meio da aula, então era melhor me arrumar o mais depressa possível. O uniforme estava um pouco grande e cheirava à naftalina, mas era melhor do que continuar com uma camisa branca encharcada em café preto. Me vesti em menos de cinco minutos e saí do banheiro.
-Está grande. -Oliver disse assim que me viu, continuando no sofá.
-Culpa sua, já que arruinou o meu. -Respondi sentando em uma cadeira deixada em frente ao mural
Pela primeira vez desde que nos esbarramos resolvi prestar alguma atenção nele. Eu estava nervosa, então não tinha parado e realmente olhado-o.
Longos cabelos lisos e ruivos, com uma franja longa jogada para a esquerda. Ele tinha olhos negros e um rosto com traços bonitos, quase delicados demais para um rapaz. Era um pouco mais alto que eu. E, percebi ao olhar direito, seu uniforme tinha sido remodelado, parecendo menos com um uniforme e mais com um traje leve e moderno.
-Vai ficar olhando até quando? -Perguntou levantando-se. -Sei que eu chamo atenção, mas... -A presunção na sua voz me causava enjoos. -...Você também não é um tipo que se vê todo o dia. -o ruivo foi até mim, rodeando-me como um animal avaliando a presa. -Longos cabelos brancos, olhos azuis grandes e dramáticos, lábios avermelhados... Um tipo exótico de beleza. Fique de pé... -Parecia estar refletindo. -Tem quase a minha altura, então deve ter um pouco mais de 1,70, é alta... e magra também.
Ele empurrou a franja para trás, embora logo em seguida ela tenha caído sobre o rosto outra vez. Estava quieto. Enfim, após alguns minutos de silêncio, olhou para o relógio no pulso esquerdo e concluiu:
-Desça até o primeiro andar e siga pelo corredor até sair do bloco. Vai passar por uma área verde, é só atravessar que vai chegar no bloco B, sua sala fica no final do primeiro andar.
Algo na maneira de falar fez com que eu sentisse como se devesse sair, então não disse mais nada e segui as instruções. Cheguei na sala sem mais problemas, com exceção da vergonha de entrar na metade do segundo período.
Capítulo 03:Spoiler (Clique para visualizar)
Tive sorte o bastante para chegar enquanto o professor estava passando algo no quadro branco, então pude ir até minha classe sem chamar muita atenção. O único lugar vago era na segunda carteira da última fileira, ao lado de uma janela que dava para a área verde.
-Tsc, o ruim é que vou levar falta mesmo tendo vindo. -Sussurrei para mim mesma.
Um rapaz louro, sentado na carteira da frente, pegou uma folha que estava sob seu caderno e entregou-me, virando-se para olhar para mim.
-Acho que não, ainda não entreguei a lista de presença. É só assinar ao lado do seu nome.
Obedeci, assinando rapidamente.
-Aria? -Ele leu meu nome. -Nome diferente... Sou Tomas Wernen. -Disse se apresentando. -Como o professor resolveu passar conteúdo assim que chegou, acabei não entregando a lista ainda, mas foi só um acaso... Aconselho a não se atrasar outra vez, ou pode ganhar falta.
-Sei disso, não é como de eu tivesse me atrasado por vontade própria. -Retruquei, tentando explicar.
-Eu nunca disse isso. -Tomas respondeu, como se tentasse consertar uma frase mau dita. -Foi só um conselho, alguns professores são bem chatos com faltas e atrasos.
-Tudo bem. É só que... -Suspirei. -Manhã complicada. Não encontrei a sala e tive outros problemas. -Disse, abrindo o caderno para tentar copiar, ao menos, parte da explicação.
-Entendo, nova na escola. -O louro sorriu. -É só conhecer um pouco cada prédio e essa fase passa.
O professor pigarreou alto, virando-se em seguida.
-Poderiam prestar atenção? -Perguntou olhando para nós.
Ambos ficamos sérios e concordamos com a cabeça, Tomas também murmurou um pedido de desculpas. Senti meu rosto queimar, a manhã estava realmente complicada. Encaramos um ao outro assim que o professor virou-se para o quadro outra vez, ambos tivemos que conter o riso. Tentei voltar a copiar o conteúdo para não deixar uma gargalhada escapar, nervosismo me fazia rir e, ao que parecia, Tomas estava na mesma situação.
-Não vou entender isso, não assim às metades... -Falei, ainda tentando conter o riso.
-Posso emprestar o caderno depois da aula, se quiser. Pode me devolver na próxima aula que tivermos juntos. -Ofereceu, virando para frente ao notar que o professor chamaria nossa atenção outra vez.
Bem, depois de tantos problemas, finalmente alguém amigável. Não que Oliver não parecesse amigável, o problema era o comportamento irresponsável e despreocupado, que me irritava muito. Se não fosse por isso, tenho que admitir que ele chamaria minha atenção, eu não tinha como negar que ele era realmente lindo. Mas só tive problemas com ele, e não pretendia permitir que isso acontecesse outra vez. Quanto ao Tomas, ele tinha algo que me agradava, talvez eu tivesse achado-o simpático. Bem, simpático ou não, em menos de uma hora ele tinha conseguido fazer minha falta deixar de existir, e se comprometido a emprestar as anotações do início da aula. De certa forma, era como se Tomas fosse algum tipo de anjo inesperado que apareceu para tornar meu dia mais agradável. Oliver, obviamente, era o demônio encarregado de tornar meu dia um inferno. Bem, era só eu não encontra-lo de novo e tudo estaria bem.
Só percebi que o tempo passou voando quando ouvi o sinal para o intervalo. Não pretendia passar na cafeteria, tinha levado uma maçã e pretendia explorar o Instituto enquanto a comia.
-Aria? -Ouvi Tomas me chamar. -Desculpe, tem planos para o intervalo? Se quiser, e estiver livre, podemos dar uma volta pelos prédios. -Falou enquanto tentava me alcançar em meio à multidão de alunos no corredor. -É a melhor forma de não se perder mais.
Como eu disse, praticamente um anjo...
Saímos do bloco em que estávamos e fomos até a entrada, a melhor forma de aprender o trajeto era começando do início e seguindo até terminar. Simplificando o caminho, logo na entrada fica o bloco administrativo e logo em seguida o prédio das artes. Depois, passando por uma extensa área verde que os alunos usam para relaxar, fica o bloco B e logo em seguida o bloco A. O ginásio ficava atrás dos dois últimos blocos.
-Enfim, é bem simples achar qualquer sala aqui, não tem como se perder. -Tomas falou, quando voltamos para a área verde.
-Não tem nenhuma indicação sobre que prédio é o que, qualquer novato se perderia. -Defendi-me enquanto íamos até um banco na sombra.
-Qualquer novato atrasado. A direção explica rapidamente os caminhos nos primeiros dez minutos.
Suspirei, percebendo que poderíamos falar sobre isso até o anoitecer e, mesmo assim, ele não daria o braço a torcer.
-Minha culpa, minha inteira culpa. -Falei pondo a mão sobre o peito. -Satisfeito?
-Não. Só quando eu entrar na sala amanhã e ver que você não se atrasou outra vez.
Tomas sorriu após dizer isso, mas seu sorriso foi sumindo aos poucos, dando lugar a uma expressão que eu definiria como irritação ou desapontamento. Olhei para a direção em que ele olhava e entendi perfeitamente o motivo. Pelo visto eu não era a única pessoa a já ter me estressado com Oliver Trent.
-Não entendo o por quê de algumas pessoas continuarem aqui mesmo sem ter o mínimo interesse nisso. -Tomas cruzou os braços. -A direção está tão desesperada por mensalidades que não pode se livrar de um ou outro?
Eu não sabia bem o que responder, então preferi ficar calada. Mas não precisava ser um gênio para perceber que os dois tinham algum tipo de rixa. Quer dizer, estavam se encarando de lados opostos da área, e mesmo assim não era difícil notar o quanto a atmosfera parecia mais pesada. Tomas parecia tenso, enquanto Oliver parecia bem à vontade escorado em uma árvore e com as mãos nos bolsos da calça.
O sinal para o fim do intervalo tocou e uma multidão de alunos dirigiu-se para suas salas. Tomas ainda parecia nervoso e, embora eu quisesse saber o motivo, apenas segui andando ao seu lado. Quando estávamos quase chegando em nossa sala, senti alguém pegar minha mão esquerda e fecha-la envolta de um pequeno bilhete. Em seguida, achei ter visto alguém com longos cabelos ruivos entre os alunos. Era óbvio de quem era o bilhete.
Fui até meu lugar ao lado da janela e joguei o papel dentro do estojo sem me importar muito. No fim da aula Tomas me entregou seu caderno como havia dito e seguimos juntos até a saída. Eu já não lembrava do bilhete. Percebi, quando passamos pelos portões, que um certo demônio me acompanhava com o olhar. Apenas ignorei, ele não tinha feito outra coisa além de atrapalhar meu dia. Quando embarquei no ônibus, pude vê-lo suspirar irritado e seguir seu caminho. Destruiu meu uniforme e fez com que eu me atrasasse, eu é que ainda deveria estar assim, não você , pensei começando a me irritar. Qual era o problema dele, afinal?
Capítulo 04:Spoiler (Clique para visualizar)
Consegui passar cerca de uma semana sem nenhum incômodo. Foram dias agradáveis, nos quais passava o tempo das aulas estudando e conversando com Tomas. Aliás, passávamos os intervalos juntos também, mas esse momento do dia não parecia tão tranquilo. Quer dizer, conversávamos e ríamos sem problema algum, até percebermos uma presença incômoda rondando por perto. Por algum motivo o demônio ruivo parecia estar sempre achando um momento para nos vigiar, embora eu não pudesse nem ao menos imaginar o por quê. Só sei que, em algum momento, eu olhava para algum canto aleatório do pátio e lá estava ele, escorado em uma parede ou uma árvore. Às vezes com as mãos nos bolsos da calça, outras vezes bebendo café. Mas sempre, sempre, com um sorriso irônico no rosto.
Era o segundo período de Física. A professora tinha deixado os alunos se reunirem em grupos para resolverem os exercícios de um pequeno trabalho avaliativo. Eu não fazia amizades com muita facilidade, então eu não tinha muitas opções de dupla. Acho que minha escolha é meio óbvia.
-Precisa de ajuda com a sexta questão? -O louro perguntou , já procurando a questão em seu caderno.
-Já resolvi essa, mas obrigada mesmo assim. -Respondi.
-Uhn... Mesmo? -Percebi que ele olhou disfarçadamente para meu caderno. -E alguma dúvida na sete?
-Estou na onze. -Expliquei. -Mas obrigada outra vez. Se tiver alguma dúvida é só perguntar. -Complementei sorrindo.
Não entendi a reação dele, algo parecia errado. Tomas baixou os olhos para o caderno e seguiu fazendo os exercícios, ignorando minha existência até a hora do intervalo. Quando o sinal tocou ele saiu da sala sem me esperar. Tentei alcança-lo quando estávamos perto da área verde. Quando o chamei ele apenas bufou irritado e me ignorou, seguindo adiante. Senti minhas mãos tremerem, eu estava irritada.
Que raios de reação foi aquela? Fiz alguma coisa? Se fiz, faça o favor de me dizer o que foi, pois não reparei. Senti meu rosto queimar e percebi que meu coração estava acelerado demais. Eu não devia ficar irritada assim por coisas banais, mas eu sempre ficava. Sentei em um dos bancos, respirando fundo para tentar me acalmar.
-Eu avisei... -Ouvi uma voz familiar cantarolando.
-Estava demorando, achei que tinha esquecido de mim. -Falei virando para olha-lo, com meu sorriso mais sarcástico estampado no rosto.
-Esquecer de você? Impossível... -Oliver disse, sentando ao meu lado e brincando com uma mecha do meu cabelo. -Então, como anda o príncipe encantado?
-Se eu o conhecesse, diria. -Fiquei de lado, com um dos braços apoiado sobre o encosto do banco, para poder encara-lo sem ficar com uma torcicolo.
-Ah, mas você conhece... O rapaz simpático que andava com você.
-Simpático? Estou começando a mudar de ideia. -Confessei.
-Só para lembrar: eu avisei. -O ruivo fez questão de repetir.
-Quando? -Perguntei, não lembrava disso.
Oliver soltou meu cabelo e cruzou os braços.
-Ignorou meu bilhete. -Concluiu.
-Sim e só lembrei dele agora. Não achei que fosse algo importante, vindo de você.
Ele arqueou uma das sobrancelhas.
-Grato pela confiança. Afinal, eu mal ajudei você a um tempo atrás. Ingrata.
-Corrigindo: consertou os estragos que você mesmo fez. -Revirei os olhos.
Oliver refletiu por alguns instantes.
-Discordo. Se olhasse por onde anda não teria esbarrado em mim. Além disso, ajudei você a encontrar sua sala, demonstre educação e trate de agradecer.
Algo no tom risonho com o qual ele falava deixava a conversa com um clima simpático. Bem diferente da manhã com o Tomas. Aquele dia ficava cada vez mais estranho.
-É extremamente estranho dizer o que vou dizer, sabe. -Comecei, pouco depois de ele se calar. -Mas... Você parece bem mais amigável que o Tomas.
Ele riu baixo, como um protagonista de filme de terror em preto e branco, com uma mistura de desdém e sarcasmo. Em seguida anunciou:
-Conheço a figura. -Descruzou os braços e afrouxou um pouco a gravata do uniforme. -Pode parecer mentira, mas nós andávamos juntos uma vez.
Pausa dramática, um súbito silêncio pairou sobre nós.
-Sério isso?
Não. Sério mesmo? Porque eu achava muito difícil de acreditar em algo assim...
-Sim, mas outro dia eu explico o caso. Digamos que a novela é longa e dramática. -Falou em tom debochado. -Agora, já que não teve a decência de ler um mísero bilhete , é melhor eu repetir o que estava nele. Aliás, vai fazer mais sentido, agora que a máscara de alguém começou a rachar.
Ele pigarreou antes de continuar.
-Era algo assim: "Me avise quando a competição começar, não vai demorar muito... Devia escolher melhor seus amigos, questão de segurança, entende? A propósito, me deve um café." -Oliver deu ênfase no último trecho. Eu duvidava que ele realmente tivesse escrito a última frase.
-Ok, muito interessante... -Agora era eu que soava sarcástica. -Agora explique. -Completei séria. -O que quer dizer com competição?
-Que coisa, você parecia mais esperta... -Oliver começou. -Droga, para! -Um puxão de cabelo fez com que parasse e me encarasse com um olhar assassino. -Quer a informação ou não? -Perguntou, dessa vez realmente irritado.
Apenas encarei de volta, no meu melhor estilo "culpa sua, você que começou".
-Muito bem, continuando. -Recomeçou, passando algumas mechas de cabelo para trás dos ombros. -Estavam fazendo algum trabalho agora a pouco.
-Sim, e...?
-Ah, vai dizer que não reparou a mudança de temperamento...? -Ele sorriu. -Aposto que ele ficou para trás de alguma maneira... Sei lá, não conseguiu alguma que você conseguiu, ou então você estava mais adiantada do que ele. -Oliver deu de ombros.
-Muito bem, acertou. Na verdade, nem parecia a mesma pessoa quando isso aconteceu. -Confessei, lembrando da cena estranha.
-Eu explico. -O ruivo suspirou antes de continuar. -Ele não suporta concorrência. Em qualquer coisa. Acho que, na cabeça dele, ele precisa ser o melhor em tudo. -Ele bufou. -É muito irritante...
-Brigaram alguma vez? -Perguntei, lembrando do clima tenso que parecia surgir quando os dois se encontram.
-É tão óbvio assim? -Ele riu. -Sim... Quase fomo expulsos, mas valeu a pena.
O sinal tocou, mas eu não queria voltar para a sala. A ideia de continuar lá, conversando com o Oliver, me agradava muito. Fiquei surpresa quando ele levantou, conferindo o relógio.
-Droga... Tocou cinco minutos mais cedo... -Reclamou. -Bom, temos que ir.
-Você? Não vai matar aula, não? -Fingi espanto.
-Gosto da matéria de hoje.
Virei para ir embora, mas após alguns passos ele correu até mim e puxou meu braço fazendo com que eu me virasse.
-Eu tinha algo para falar com você! -Disse, parecendo irritado. -Falamos da criatura e esqueci que tinha um assunto realmente importante. Tomas, Tomas, até quando está longe atrapalha meu dia... -Falou, balançando a cabeça negativamente e andando ao meu lado. -Espero você depois da aula, ok?
-Tenho que voltar para casa... -Eu até queria conversar mais com ele, mas estava ajudando minha mãe em um pequeno serviço e realmente precisava chegar o quanto antes.
-Se for embora sem falar comigo sigo você até sua casa. -Ele ameaçou. -Ei, ainda me deve um café! -Disse quando eu me afastei.
Não olhei para o Tomas quando voltei para meu lugar, apenas sentei e comecei a procurar algo em meu estojo. Depois de vasculhar bastante entre as canetas e os lápis, encontrei um pedaço de papel dobrado e já bem sujo de grafite. Desdobrei e li a última frase. "A propósito, me deve um café.". Ri baixo, algo me dizia que Oliver tinha sérios problemas com café.
Capítulo 05:Spoiler (Clique para visualizar)
Eu duvidava muito que Oliver realmente me seguisse então ignorei a ameaça e fui para casa sem procurá-lo antes.
Mal tinha pisado no hall de entrada e já podia ouvir trechos de Cry for the Moon. Os vizinhos reclamavam com frequência sobre o volume em que escutávamos música... Nunca adiantava. Na verdade meus pais baixavam o volume o bastante para as reclamações diminuírem, mas ainda deixavam alto o bastante para a música preencher a casa inteira.
Não lembro de uma época em que eu não estivesse cercada por música, ela está na família desde que meus pais tinham a minha idade. Foram criados juntos desde pequenos e se tornaram colegas de banda na adolescência, chegaram a fazer sucesso, mas enceraram a carreira cedo. Fizeram a primeira turnê e decidiram que não aguentariam o ritmo de uma vida tão agitada. Então, nove meses depois de um show de despedida, eu nasci e eles escolheram uma cidade para morar e abrir uma escola de música. Minha mãe ensina técnicas de canto, enquanto meu pai ensina alguns instrumentos de corda.
A cozinha estava um retrato do caos, o que indicava que meu pai estava cozinhando algo. Vasculhei as panelas e vasilhas para tentar descobrir o que era.
-São cookies, se é o que quer saber. -Ele disse, aparecendo na porta. -Sua mãe está esperando... -Falou rindo, enquanto pegava uma tigela com sobras da massa e uma colher. -Tenha medo, muito medo. Agulhas, tesouras... Eu fugiria, se fosse você. -Completou, fingindo preocupação.
-Sabe que ela pretende testar moldes masculinos mais à frente, não é? Minha vez de rir está chegando. -Declarei solenemente.
Volta e meia minha mãe tentava aprender a costurar e decidia que nós seriamos os manequins dela. Era só ela aparecer com o desenho de alguma peça e já nos entreolhávamos, prevendo as agulhadas acidentais.
Procurei a origem da música e encontrei minha mãe. Ela estava em um quarto que costumava ocupar para costurar ou desenhar. As paredes claras permitiam uma iluminação mais adequada para esse tipo de atividade. Além disso, o quarto era bem espaçoso. Na parede oposta à porta ficava uma ampla janela, emoldurada por longas cortinas de cetim negro, e sob ela uma poltrona roxa bem macia. Na parede à esquerda estava uma máquina simples de costura, enquanto na parede direita ficava um grande espelho, um armário e outra poltrona. A cama, pois aquele era o quarto de visitas, ficava logo ao lado da entrada. Bati duas vezes no batente da porta para avisar que tinha chegado. Mamãe estava sentada em uma poltrona sob a janela. Diversos desenhos estavam espalhados ao seu redor e sobre suas pernas. Ela avaliava-os concentrada, movendo-se apenas vez ou outra para afastar do rosto alguma mecha dos longos cabelos negros. Ela ergueu os olhos e sorriu. Um sorriso digno do Gato de Cheshire.
-...Papai estava certo, eu deveria ter fugido. -Conclui, sentindo um arrepio subir por minha espinha.
-Tarde demais. -Ela cantarolou, desligando o rádio. -Mas sinta-se livre para tentar, se quiser. -Completou, brincando de abrir e fechar uma afiada tesoura de costura.
-Sair da panela para ir ao fogo... Acho que seria pior.
Ela abriu totalmente a janela e afastou as cortinas, a luz se espalhou pelo quarto de paredes lilases facilitando a visão. Olhei ao redor e vi grandes pedaços de tecido violeta sobre a cama, além de diversas fitas e rendas negras.
-Então... Qual é o plano? -Perguntei, fitando-a com apreensão.
Ela fez uma careta ao olhar para mim.
-Se continuar com essa cara, juro que espeto você. -Suspirou. -Um vestido. Ainda tinha suas medidas anotadas, então já cortei os moldes. Queria ter uma ideia de como vai ficar... Então, vou prender as partes umas às outras usando seu corpo como manequim. -Explicou tranquila.
Eu suava frio, algo me dizia que não ia dar certo.
-Vamos, tire o uniforme. Não tenho como fazer isso por cima dele.
Não tinha outra escolha - a não ser, talvez, sair correndo. Mas as chances de a tesoura voar atrás de mim eram grandes, então deixei essa ideia de lado - despi o blazer bordô do uniforme e a gravata preta. Então a campainha tocou.
Eu estava desabotoando o segundo botão da camisa, mas congelei ao ouvir a campainha. "Não... Não deve ser...
-Ow... Algum problema? -Mamãe perguntou, cutucando meu braço.
"Só pode ser brincadeira..."
-Hey! -Ela cutucou minhas costelas com força. -Está me ignorando? -Perguntou, fazendo cara de criança birrenta.
Ouvi a porta da frente abrindo e, em seguida, vozes na cozinha.
-Ela chegou faz um tempo, sim. É raro a Aria receber visitas. Você é...? -Ouvi a voz do meu pai.
Não. Não...
-Oliver Trent. Estudamos na mesma escola.
...
Ok, falando sério, como ele descobriu onde eu moro...?
-O uniforme deixa meio óbvio, sabe. -Meu pai rebateu. -Aria, visita para você. -Ele disse, entrando no quarto.
Oliver entrou logo em seguida, com as mãos nos bolsos e um sorriso de vitória bem irritante estampado no rosto.
-Desculpe-me por aparecer assim, acho que você esqueceu de me esperar... -Começou a puxar assunto. -Nunca me disse que tinha irmãos.
A seriedade com a qual ele falou deixava bem óbvio que não estava tentando bajular meus pais. A reação deles, aliás, foi imediata. Johan e Ágata Lutwid entraram em um acesso de risos. Sempre era assim, a cena sempre se repetia e com o tempo passou a ser cômico.
-São meus pais. -Declarei, tentando conter o sorriso ao ver a surpresa no rosto do ruivo.
Mamãe passou um dos braços ao redor dos meus ombros.
-Pareço mesmo irmã dela? Que coisa... -Disse ao parar de rir, com uma expressão reflexiva. -Ainda quero perguntar para alguém por que todos pensam isso.
-Por que são extremamente parecidos...? -Oliver arriscou um palpite, arqueando uma das sobrancelhas.
-Acha mesmo? -Papai perguntou, parando próximo à mamãe e eu.
Sempre achei que minha família formava uma imagem bem legal. Neste momento por exemplo: Mamãe, com seus longos cabelos negros caindo até a cintura, os olhos e lábios negros contrastando com o rosto pálido, o vestido preto chegando até os joelhos e o corset underbust evidenciando a cintura fina, e nas pernas a meia-calça preta opaca e os lindos sapatos mary-jane de vinil negro. Papai com o cabelo branco natural despenteado, a camisa preta com a gola desajeitada, a munhequeira preta no pulso esquerdo e a pulseira de falso arame farpado no outro pulso, o jeans rasgado, o cinto de pirâmides prateadas e correntes, as botas de combate. Infelizmente eu não tinha trocado de roupa ainda, então estava estragando a imagem de família.
-E você não acha? -Oliver respondeu, numa espécie de sorriso de quem percebe algo interessante. -Qualquer um consideraria você irmãos, até porque não parecem ter muita diferença de idade. -Ele franziu a testa. -Isso é sério mesmo?
Já estávamos acostumados. Muitas pessoas estranhavam ao ver meus pais e eu reunidos. Não pelo estilo diferenciado, embora isso também ajudasse, mas por não parecerem meus pais. Era inegável que eu era muito parecida com eles, tinha os mesmos cabelos naturalmente brancos do meu pai e os olhos expressivos da minha mãe, então o ponto também não era esse. O que causava a confusão era a idade, como Oliver tinha percebido. Os dois eram jovens, tinham apenas trinta e cinco anos e aparentavam muito menos. Quando saíamos juntos qualquer um nos tomava por uma adolescente passeando com um casal de amigos um pouco mais velhos. De certa forma essa impressão é compreensível... Afinal, não só aparentavam terem menos de trinta como também agiam como pessoas dessa idade. Não que eu esteja reclamando, pois não estou. Gosto deles assim, acho que me criaram sem tantas preocupações exageradas que teriam tido se fossem mais velhos.
-E por que não seria sério? -Mamãe perguntou, indo em direção à porta. -Acho que seus cookies já cozinharam, até demais... -Disse olhando para meu pai, que praguejou baixo e sai correndo até a cozinha. Mamãe o seguiu. Ele cozinhava bem, mas sabíamos que sempre existia o risco de ele destruir a cozinha no processo ou, pelo menos, deixar tudo uma bagunça.
-Por pouco, muito pouco... -Ouvimos logo após o som da porta do forno sendo aberta.
Oliver fitou os pedaços de tecido sobre a cama.
-Que coisa, acho que cheguei numa boa hora. -Pensou alto, olhando para mim logo em seguida. -Não imaginei que chegaria a dizer isso, mas acho que foi bom você ter fugido sem motivos.
-Como achou o lugar? -Era algo que eu queria muito saber.
-Subornei uma das tias da secretaria para saber onde você morava, sabia que elas gostam de doces? Se quiser uma informação é só aparecer com alguns e perguntar disfarçadamente durante a conversa.
-Não parece bem um suborno... -Observei.
-Eu sei, mas foi a palavra que me veio em mente. -Ele cruzou os braços.
Mamãe voltou para o quarto mordiscando um dos cookies quase queimados, escorando-se no batente da porta para perguntar:
-Alguém quer um café?
Oliver virou-se com a animação de um cãozinho que ouviu a voz do dono.
-Não vai ser um incômodo...? -Perguntou com a voz mansa. Agora lembrava uma criança esperando para ganhar um doce.
-Imagina... -Mamãe balançou a cabeça negativamente e fez sinal para seguirmo-la. Vi que o ruivo sorria.
-Cheguei mesmo em uma boa hora. -Sussurrou em resposta à minha expressão confusa.
-Devia se tratar... -Ri em resposta. -Cafeína também vicia... Aliás, você é a prova.
Ele não respondeu, apenas fez uma careta que me fez rir, piscando para mim em seguida.
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Última modificação feita por Sayu4 (27-02-2014, às 14h26)